No domingo a noite, Hailé Pinheiro declarou “Ajudar a Chapecoense que está caindo pelas tabelas? Se o avião deles caiu, não somos culpados”.
Nesta segunda-feira, 21 de outubro, a Chapecoense divulgou uma carta aberta onde responde as declarações do presidente do Goiás, Hailé Pinheiro. Segundo o clube, “Nós respeitamos e honramos a nossa história. Nós respeitamos e honramos a memória de cada um dos que nos deixaram quando saíram em busca de um sonho. E é por isso e por eles que exigimos respeito e retratação”. No domingo, dia 20, Hailé falou que a Chape tinha ajuda da arbitragem no campeonato, “Ajudar a Chapecoense que está caindo pelas tabelas? Se o avião deles caiu, não somos culpados”.
Carta Aberta | 21/10/2019
Quando enfrentamos o momento mais difícil da nossa história – e, incontestavelmente, o mais difícil da história do futebol brasileiro – vimos a rivalidade dar lugar a uma infinidade de atitudes solidárias. Recebemos ajuda de todos, sem distinção. A união de esforços de todos para a reconstrução do clube e reestruturação das famílias foi primordial para que a história continuasse a ser escrita.
Se, por um lado, toda a ajuda recebida foi um diferencial – e, por ela, temos eterna gratidão – por outro lado, refutamos a piedade que, em determinando momento, nos foi oferecida em forma de “imunidade”.
Tínhamos – e ainda temos – plena consciência da dificuldade que nos acompanhará ao longo dos próximos anos, porque, na Chape, nada nunca foi fácil… Mas optamos por lutar, com as nossas próprias mãos e pés, para alcançar quaisquer que sejam os nossos objetivos. Sempre trabalhamos com humildade, seriedade e dignidade para encarar e superar as adversidades. Agora, não seria diferente.
É por tudo isso – mas principalmente por defendermos e brigarmos pelo respeito, acima de tudo – que lamentamos e repudiamos a infeliz manifestação de Hailé Pinheiro, Presidente do Conselho Deliberativo do Goiás Esporte Clube, insinuando que a Chapecoense está sendo “ajudada” pela arbitragem por estar “caindo pelas tabelas”.
Em primeiro lugar, independentemente da atual situação do clube na tabela de classificação, jamais apelaríamos para qualquer tipo de “privilégio” ou desobrigação diante dos nossos compromissos dentro de campo. Em segundo lugar, não é preciso ir muito longe para provar que, ao contrário do que sugeriu o dirigente esmeraldino, a Chape foi prejudicada, em diversas partidas, por decisões equivocadas da arbitragem. Por último, e muito mais importante: jamais nos debruçaríamos sobre o maior infortúnio da nossa história para ficarmos em posição de vítimas e, diante disso, conseguirmos qualquer tipo de vantagem. Nós respeitamos e honramos a nossa história. Nós respeitamos e honramos a memória de cada um dos que nos deixaram quando saíram em busca de um sonho. E é por isso e por eles que exigimos respeito e retratação.
Fonte: ClicRDC | Foto: Divulgação/Chapecoense
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