Depois que os filhos descobriram o crime, o pai confessou e deu detalhes à família.
Seis irmãos procuraram a delegacia da Polícia Civil em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, na terça-feira, dia 20 de agosto, e denunciaram que o pai matou a mãe deles no interior de Quilombo, Santa Catarina, há 37 anos. A vítima foi morta por pedir divórcio após descobrir que o marido tinha um caso com a empregada da família.
De acordo com os irmãos, Pierina Carroro foi morta no dia 25 de janeiro de 1982. O pai tem hoje 78 anos e mora com a mulher do segundo casamento na cidade de Lucas do Rio Verde.
Durante todos esses anos, o homem confirmou a versão de que a esposa havia sido assassinada durante um assalto. Depois que os filhos descobriram o crime, o pai confessou e deu detalhes à família. Segundo a Polícia Civil, o idoso deve permanecer em liberdade já que o crime prescreveu.
Desconfiança
Os filhos nunca aceitaram a versão do pai e começaram uma investigação nos últimos meses. Eles entrevistaram autoridades policiais que investigaram o caso na época, enfermeiras e outras testemunhas. Os seis juntaram documentos, declarações e informações e entregaram ao delegado Daniel Nery. Após, prestaram depoimento por três horas e registraram um boletim de ocorrência.
Pierina teve sete filhos. Na época do assassinato, eles tinham entre 7 a 19 anos. Um deles já é falecido. O segundo casamento é com a empregada, à época do crime.
Como tudo aconteceu
O idoso manteve, por dois anos, um caso extraconjugal com a empregada da família. A esposa descobriu, pediu a separação e ameaçou contar o que sabia. O marido, então, planejou uma viagem sozinho com a mulher até a cidade de São Carlos (SC). O casal saiu de madrugada de casa e ele levou um revólver.
No trajeto até a suposta viagem, o marido simulou que o pneu do carro havia furado. Ele parou o carro, pegou uma pedra a acertou a cabeça da mulher. Ele ainda arrastou o corpo da vítima até uma sarjeta, atirou no peito dela e a abandonou no local.
Para sustentar a versão, ele jogou uma pedra no para-brisa e, desde então, sempre contou que a mulher havia sido assassinada em um assalto nessa viagem.
O idoso justificou aos filhos que, naquela época, a descoberta da traição e, consequentemente, a separação, não seriam aceitas na sociedade.
Fonte: Cruzeiro do Vale | Foto: Polícia Civil
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