Itapema, no Litoral Norte, está com epidemia de dengue, informou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). Segundo o boletim divulgado na quinta-feira, 23 de maio, a cidade registrou este ano 297 casos da doença, todos contraídos dentro do município.
Com isso, Itapema está com uma taxa de incidência de 469,6 a cada 100 mil habitantes. O gerente de Zoonoses da Dive-SC, João Fuck, explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa é maior do que 300 por 100 mil habitantes.
Preocupação
“A situação é bem preocupante, a população não está ciente do risco que estamos vivendo”, diz a coordenadora Municipal de Combate à Dengue, Joane Rodrigues. O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, pode ser encontrado em todos os bairros da cidade.
Ela afirma que dois tipos de vírus da dengue circulam no município. “Isso quer dizer que se você já teve dengue uma vez, você pode contrair novamente a doença”, declara.
Entre as ações feitas na tentativa de combater a dengue está a limpeza. “Além das forças-tarefas que realizamos no bairro Meia Praia e no Morretes, aos finais de semana estão sendo feitos os mutirões de limpeza para a gente estar podendo orientar mais essa população, recolher os entulhos que a gente encontra pelas ruas, fazer limpeza dos terrenos baldios”, diz a coordenadora.
Combate
No caso do combate à dengue no município, a principal dificuldade das equipes da prefeitura é a recusa de alguns moradores em receber os agentes nas casas e os entulhos em terrenos, conforme Mariane Halpin, da Vigilância Epidemiológica de Itapema.
“Fizemos uma força-tarefa em abril em um terreno. Nesta semana, voltamos e as áreas novamente estavam com entulho nos mesmos terrenos”, diz Halpin.
Nas casas, os principais locais onde há acúmulo de água são em bromélias, caixas d’água, calhas e piscinas. A falta de consciência da população preocupa a Vigilância Epidemiológica. “Sem criadouros, não há mosquito e não há transmissão”, resume.
Prevenção
A Dive-SC divulgou orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
- evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
- guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- mantenha lixeiras tampadas;
- deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
- plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
- trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
- mantenha ralos fechados e desentupidos;
- lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
- retire a água acumulada em lajes;
- dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
- mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
- evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
- denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
- caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento
Dengue em SC
Em todo o estado, são 710 casos de dengue, 609 deles contraídos dentro de Santa Catarina, conforme a Dive-SC. Além de Itapema, as cidades com mais pacientes infectados no próprio município são as duas cidades vizinhas Camboriú, com 106 casos, e Porto Belo, com 45, além de Cunha Porã, no Oeste, com 30, e Itajaí, com 16.
Itapema tem 590 focos do mosquito no município, segundo a Vigilância Epidemiológica da cidade. Em todo o estado, são 17.568 focos este ano, de acordo com a Dive-SC.
A Vigilância Epidemiológica de Itapema recomenda o uso do repelente para proteção individual, mas reforça que é preciso eliminar os criadouros do mosquito.
Fonte: G1 | Foto: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal
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