Santa Catarina lidera e é o estado com o menor número de pessoas desocupadas
O Brasil fechou 2024 com a menor taxa de desemprego dos últimos 12 anos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice ficou em 6,6%, uma queda de 13,2% em relação a 2023.
Isso significa que cerca de 7,4 milhões de pessoas estavam desocupadas no ano passado, um número significativamente menor do que no ano anterior.
Em dezembro, a taxa de desemprego caiu ainda mais, chegando a 6,2%. O total de trabalhadores ocupados no país subiu para 103,3 milhões, um aumento de 2,6% em comparação com 2023.
Isso equivale a 58,6% da população brasileira com 14 anos ou mais empregada, o maior percentual desde 2013.
Crescimento no mercado de trabalho e geração de empregos
O aumento da população ocupada reflete um avanço no mercado de trabalho brasileiro. A expansão do emprego ocorreu em diversos setores da economia, desde o comércio e serviços até a indústria e a logística.
A retomada do crescimento econômico e a maior demanda por mão de obra contribuíram para essa melhora nos índices.
O desempenho positivo do emprego também pode ser atribuído a fatores como o aumento do empreendedorismo, a expansão de investimentos e a recuperação da economia pós-pandemia.
Além disso, programas de incentivo à qualificação profissional ajudaram a inserir mais brasileiros no mercado de trabalho.
A taxa de desocupação, que mede a quantidade de pessoas que buscam trabalho e não encontram, teve uma redução expressiva ao longo do ano, sinalizando uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho.
Salário médio cresce e ultrapassa R$ 3,2 mil
O rendimento médio dos trabalhadores no Brasil também teve um aumento em 2024.
O IBGE aponta que o salário médio dos empregados foi de R$ 3.225, um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior.
Esse valor é calculado com base no rendimento médio real habitual, considerando todas as atividades desempenhadas pelos trabalhadores na semana em que a pesquisa foi realizada.
No total, os brasileiros receberam R$ 328,6 bilhões ao longo do ano, um crescimento de 6,5% comparado a 2023.
A valorização salarial acompanhou a queda no desemprego e a maior competitividade no mercado de trabalho, que pressionou algumas empresas a oferecer melhores remunerações para atrair e reter funcionários qualificados.
37,2% da população não procura emprego
Mesmo com o avanço do emprego, um percentual significativo da população brasileira permaneceu fora do mercado de trabalho. Em média, 65,6 milhões de pessoas não buscaram emprego em 2024.
Esse grupo, chamado de “fora da força de trabalho”, corresponde a 37,2% da população e inclui aposentados, estudantes, donas de casa e pessoas que desistiram de procurar emprego.
Entre os que deixaram de buscar trabalho estão aqueles que enfrentaram dificuldades para conseguir uma vaga e acabaram desmotivados, além de pessoas que dependem de outras fontes de renda e não veem necessidade de ingressar no mercado formal.
A participação no mercado de trabalho é influenciada por diversos fatores, como condições econômicas, idade, nível de escolaridade e oportunidades disponíveis.
O desafio para o governo e empresas é criar políticas que incentivem a capacitação profissional e facilitem a inserção desses indivíduos no mercado.
Subutilização do trabalho atinge 19 milhões de brasileiros
Outro indicador importante divulgado pelo IBGE foi a taxa de subutilização da força de trabalho, que representa aqueles que poderiam estar trabalhando mais ou que estão em busca de uma oportunidade, mas não encontram vagas adequadas.
Em 2024, cerca de 19 milhões de pessoas estavam nessa situação, um número 8,9% menor do que no ano anterior.
No país, 16,2% da força de trabalho ampliada estava subutilizada, o que mostra que, apesar do avanço na criação de empregos, ainda há um grande contingente de brasileiros que não conseguem trabalhar tanto quanto gostariam.
A subutilização da mão de obra afeta diretamente a economia, pois limita o crescimento da renda e do consumo, reduzindo a produtividade do país.
O desafio para os próximos anos é criar empregos mais estáveis e com carga horária suficiente para atender à demanda dos trabalhadores.
Santa Catarina lidera o ranking com a menor taxa de desemprego do país
Santa Catarina fechou 2024 com o menor índice de desemprego do Brasil, registrando apenas 2,8% da população sem trabalho.
Esse foi o menor percentual dos últimos dez anos no estado, que se destaca pelo alto nível de empregabilidade e pelo dinamismo econômico.
De acordo com o governo estadual, a taxa indica uma situação de pleno emprego, ou seja, praticamente todas as pessoas que procuram trabalho conseguem uma vaga. Ao longo do ano, foram gerados mais de 150 mil novos empregos no estado.
Em janeiro de 2025, o Sistema Nacional de Emprego (Sine-SC) disponibilizou 8,5 mil vagas para contratação.
Segundo a Secretaria do Planejamento de Santa Catarina, o desafio agora é qualificar a mão de obra da população para que os trabalhadores possam ocupar as vagas disponíveis.
O setor industrial continua sendo o maior gerador de empregos no estado, seguido pelo comércio, serviços e logística.
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O crescimento econômico catarinense foi o dobro da média nacional, o que contribuiu para a alta empregabilidade.
“Santa Catarina tem uma economia muito diversificada e competitiva. Isso reflete diretamente na geração de empregos.
Além disso, o espírito empreendedor do nosso povo impulsiona a criação de novas oportunidades”, destacou o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Silvio Dreveck.
Tecnologia e qualificação são desafios para o futuro do emprego
Apesar dos bons índices de emprego, um dos desafios apontados pelo governo catarinense é a qualificação profissional da população.
Setores como a indústria e a tecnologia demandam mão de obra especializada, mas muitas vagas permanecem abertas por falta de profissionais qualificados.
O setor de tecnologia tem sido um dos que mais cresce em Santa Catarina, oferecendo salários acima da média nacional.
Marcelo Fett, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou a importância de preparar os trabalhadores para essas oportunidades.
“Nosso foco agora é diminuir não só o número de vagas em aberto, mas principalmente elevar a renda da população.
Para isso, precisamos de empregos de qualidade em setores de alto valor agregado, como a tecnologia, que paga até duas vezes e meia a média nacional”, explicou Fett.
Outro fator que impulsionou o mercado catarinense foi o crescimento do número de empresas no estado.
Entre novembro de 2023 e novembro de 2024, foram registradas 266 mil novas empresas, aumentando a geração de empregos e movimentando a economia local.
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