Defesa Civil alerta para novos temporais no fim de semana
A cidade de São Paulo registrou, na sexta-feira, 24, o terceiro maior volume de chuva desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1961. Foram 125,4 mm acumulados em apenas um dia.
A forte tempestade causou diversos transtornos, especialmente na Zona Norte, onde ruas ficaram alagadas, carros foram arrastados e uma estação do Metrô transformou-se em um cenário de caos.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram as enxurradas tomando conta de pontos importantes da cidade.
Na estação Jardim São Paulo, da linha 1-Azul, passageiros enfrentaram correntezas e precisaram se agarrar a grades para evitar serem levados pela água.
Por conta disso, a linha 1-Azul opera neste sábado, 25, somente entre as estações Jabaquara e Santana.
O sistema Paese foi acionado para atender os passageiros no trecho entre as estações Tucuruvi e Jardim São Paulo, enquanto equipes trabalham na drenagem das vias e na recuperação dos equipamentos danificados.
Transportes afetados e congestionamentos históricos
Os impactos no transporte foram severos. A circulação de trens das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e do Expresso Aeroporto foi interrompida ou reduzida em vários trechos.
Passageiros enfrentaram atrasos e aglomerações em diversas estações. Na Linha 1-Azul, houve registro de goteiras dentro de vagões e alagamentos em plataformas.
O trânsito também foi um reflexo do caos. A CET registrou, às 18h de sexta-feira, 1.062 km de vias congestionadas na capital, o maior índice do ano.
O recorde histórico continua sendo de agosto de 2024, quando o congestionamento atingiu 1.510 km.
Sem energia e danos em estabelecimentos comerciais
Na Grande São Paulo, 34,4 mil imóveis estavam sem energia elétrica às 11h30 deste sábado, segundo a Enel, sendo 27,2 mil na capital.
O pico ocorreu às 17h de sexta-feira, com 179.667 imóveis sem luz na região metropolitana.
Além disso, o Shopping Center Norte enfrentou sérios problemas. Parte do teto desabou e carros ficaram submersos no estacionamento.
Apesar dos danos, ninguém ficou ferido, segundo a administração do local.
Alerta de temporais e previsão para os próximos dias para São Paulo
A tempestade foi acompanhada de rajadas de vento e descargas elétricas. De acordo com o meteorologista César Soares, mais de 13 mil raios foram registrados na capital paulista, sendo 6 mil atingindo o solo.
A chuva acumulada em duas horas na sexta-feira superou o volume dos 23 dias anteriores do mês.
No sábado, 25, aniversário de 471 anos da cidade, há previsão de mais temporais com risco de alagamentos, queda de árvores e deslizamentos. A chegada de uma frente fria ao litoral paulista no domingo, 26, deve intensificar as chuvas.
A Defesa Civil emitiu alerta especial de temporais até terça-feira, 28, com regiões como Grande São Paulo, Baixada Santista e Vale do Paraíba entre as mais afetadas.
Ocorrências e mobilização de emergência
Os Bombeiros atenderam 219 chamados de enchentes e alagamentos, 97 para quedas de árvores e quatro para desmoronamentos. Apesar dos estragos, não há informações de vítimas.
Além disso, a Prefeitura de São Paulo também registrou 38 ocorrências, sendo 25 de quedas de árvores e 12 de desabamentos.
Em nota, o Metrô informou que as equipes seguem trabalhando para restabelecer a operação das estações afetadas e pediu desculpas pelos transtornos causados aos passageiros.
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Impactos em aeroportos e resposta das autoridades
A forte chuva também afetou o tráfego aéreo. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, 21 voos foram desviados para outros aeroportos.
Em Congonhas, embora a operação não tenha sido diretamente impactada, oito voos foram cancelados por decisão das companhias aéreas.
A Defesa Civil destacou o uso da tecnologia de Cell Broadcast para enviar alertas de emergência diretamente aos celulares de pessoas nas áreas de risco, recomendando que todos mantenham o recurso ativo em seus dispositivos.
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