Sua intensidade é projetada como fraca e de curta duração.
Após um ano sem a presença do fenômeno La Niña, especialistas apontam a possibilidade de que ele volte a influenciar o clima em Santa Catarina nos próximos meses. Dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) mostram que o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial já alcançou 0,7°C abaixo da média, indicando condições favoráveis para a formação do fenômeno. Apesar disso, sua intensidade é projetada como fraca e de curta duração, e ainda há incertezas sobre seus reais impactos no estado.
Desde meados de 2024, instituições como a EPAGRI/CIRAM e a Defesa Civil catarinense têm monitorado o comportamento das temperaturas no Pacífico. Para que a La Niña se confirme, o resfriamento precisa se manter abaixo de -0,5°C por um período prolongado, algo que ainda depende da evolução nas próximas semanas.
Efeitos climáticos e preocupação com estiagem
A La Niña é conhecida por provocar mudanças nos padrões climáticos globais, e no Brasil, seus impactos variam de região para região. Em Santa Catarina, o fenômeno geralmente traz períodos de estiagem, principalmente para o Oeste e o Planalto Sul. Para o verão e início do outono de 2025, a previsão é de chuvas irregulares e acumulados próximos ou abaixo da média histórica, intercalados com períodos chuvosos localizados.
Essa perspectiva preocupa, especialmente porque o Oeste catarinense já enfrenta um histórico recente de chuvas irregulares. Dados do Índice Integrado de Secas, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), mostram que dezembro de 2024 registrou seca fraca a moderada em várias áreas dessas regiões.
Impactos para a agricultura no estado
As possíveis mudanças no clima afetam diretamente o setor agrícola, pilar econômico do Oeste catarinense. Embora a cultura do milho, em fase final de colheita, não tenha sofrido grandes prejuízos, a soja de segunda safra pode enfrentar desafios.
Especialistas destacam que a irregularidade nas chuvas, aliada a um possível déficit hídrico, pode comprometer o desenvolvimento das lavouras, especialmente se a semeadura for atrasada.
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A EPAGRI/CIRAM orienta os produtores a acompanharem de perto as previsões meteorológicas e a planejarem a semeadura dentro da janela ideal. Caso a irregularidade climática se intensifique, há risco de redução no potencial produtivo das lavouras, impactando a economia local e a segurança hídrica da região.
Preparação e monitoramento contínuo
Apesar de o fenômeno projetado ser de fraca intensidade, autoridades alertam para a importância de medidas preventivas. A Defesa Civil reforça a necessidade de monitoramento constante e orienta a população e os setores produtivos a adotarem práticas de manejo eficiente da água e a se prepararem para possíveis alterações climáticas.
Os próximos meses serão cruciais para confirmar o comportamento da La Niña e avaliar seus desdobramentos em Santa Catarina. A coordenação entre órgãos públicos, produtores rurais e a sociedade será essencial para mitigar eventuais danos e garantir que o estado enfrente as mudanças climáticas da melhor forma possível.
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