Calor intenso e alto movimento nas praias aumentam os casos no estado
A temporada de verão 2025 trouxe um alerta para o aumento expressivo nos casos de doenças diarreicas, popularmente conhecidas como “viroses de verão”.
Com o calor intenso e o crescimento da população flutuante na temporada, cidades como Florianópolis, Itapema, Itajaí e Balneário Camboriú enfrentam um crescimento acima da média histórica no número de atendimentos.
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Santa Catarina já registrou 6.239 casos da doença em 2024, incluindo 224 surtos, e a tendência é de aumento neste início de ano.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis informou que, nas últimas semanas, os registros estão acima da série histórica, mas os casos têm sido leves, sem necessidade de internação.
A Vigilância Epidemiológica segue monitorando a situação e orienta a população sobre cuidados com higiene, conservação de alimentos e bebidas, além do consumo em locais fiscalizados pela vigilância sanitária.
“Os registros estão acima da média dos últimos cinco anos para este período. Apesar disso, o monitoramento contínuo e as medidas preventivas são essenciais para evitar o agravamento da situação”, destacou a pasta em nota.
Pressão sobre os hospitais
A alta nos casos de viroses já provoca superlotação em unidades de saúde no Litoral Norte.
Em Itapema, o Hospital Santo Antônio relatou um fluxo acima do normal, especialmente entre crianças, e a prefeitura estendeu o horário de funcionamento da segunda unidade do Centro de Referência Especializada (CERES) municipal.
Em Itajaí, o aumento de casos não se limita às viroses, mas inclui doenças respiratórias, como gripe, e arboviroses, como a dengue.
Para aliviar a sobrecarga no Centro Integrado de Saúde (CIS) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a Secretaria Municipal de Saúde abriu uma central de urgência no Hospital Marieta.
A secretária de Saúde, Mylene Lavado, afirmou que a medida busca reduzir o tempo de espera e garantir atendimento adequado aos pacientes.
Balneário Camboriú também registrou alta significativa nos atendimentos. No hospital da Unimed, o número de pacientes com sintomas de vômito e diarreia cresceu 50% em relação ao período anterior.
Orientações para prevenir as viroses durante a temporada de verão
As doenças diarreicas agudas (DDA) são infecções gastrointestinais causadas por vírus, bactérias ou parasitas.
Entre os principais sintomas estão evacuações frequentes, vômito, febre e dor abdominal, com duração de até 14 dias.
A Dive alerta que crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis e têm maior risco de evolução para quadros graves, como desidratação severa.
Os municípios têm acompanhado os casos nos serviços de saúde. Além disso, os hospitais com emergência porta aberta estão atendendo a população que procura por atendimento.
Para evitar o adoecimento, as autoridades de saúde recomendam:
- Consumir água tratada, fervida ou mineral.
- Evitar alimentos crus ou mal conservados, como frutos do mar e carnes sem procedência.
- Higienizar as mãos frequentemente, especialmente antes das refeições, após o uso do banheiro e ao manipular alimentos.
- Conservar alimentos em temperaturas adequadas, especialmente em praias.
- Não consumir bebidas ou comidas de origem duvidosa ou com sinais de deterioração.
- Evitar praias, rios ou locais impróprios para banho.
Segundo a Dive, a maioria dos casos pode ser tratada com reidratação e cuidados clínicos básicos.
No entanto, em situações de sintomas persistentes ou agravamento, a recomendação é procurar uma unidade de saúde para avaliação médica.
“São casos leves, tratados com reidratação e de forma clínica. A emergência do hospital está atendendo normalmente, sem sobrecarga de pacientes, que são acolhidos e atendidos no serviço, mediante classificação de risco”, diz a nota.
Impacto da alta estação
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) explicou que o aumento dos casos está diretamente relacionado às condições climáticas e ao turismo intenso no litoral catarinense.
“Estamos vivenciando um período de intenso calor e com o aumento da população flutuante, principalmente na região litorânea, pode ocorrer um crescimento no número de casos de algumas doenças transmitidas de pessoa a pessoa”, informou em nota.
A atenção redobrada com crianças, idosos e pessoas com imunidade reduzida é essencial, especialmente diante do risco de desidratação.
“O monitoramento dos sintomas, sem automedicação, é fundamental para evitar complicações”, reforçou a SES.
Com a chegada do verão e o aumento da população temporária, os municípios seguem em alerta para conter o avanço das viroses e minimizar os impactos na saúde pública.
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Confira a nota completa do DIVE sobre o surto de virose no estado:
“Em decorrência de estarmos vivenciando um período de intenso calor e com o aumento da população flutuante, principalmente na região litorânea de Santa Catarina, pode ocorrer um crescimento no número de casos de algumas doenças transmitidas de pessoa a pessoa, entre elas as doenças diarreicas agudas (DDA), ou doenças infecciosas gastrointestinais, popularmente conhecidas por “viroses” de verão.
Por conta da possibilidade de um aumento expressivo do número de casos de doenças diarreicas agudas nesta temporada de verão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), alerta a população para os cuidados e as medidas de controle e higiene durante todo o período, evitando o adoecimento e a transmissão para outras pessoas.
É importante destacar que a doença pode causar desidratação leve à grave, sendo que crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis e têm mais chances de evoluir para gravidade.
Principalmente nestes casos é importante monitorar os sintomas, não se automedicar e, caso necessário, procurar uma unidade de saúde para realização do tratamento adequado”
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