Apenas duas pessoas sobreviveram ao acidente aéreo
Um Boeing 737-800 da Jeju Air explodiu após sair da pista durante o pouso no Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, na manhã deste domingo, 29, horário local.
A tragédia resultou na morte de 179 pessoas, enquanto dois sobreviventes foram resgatados com ferimentos graves.
O avião transportava 173 passageiros sul-coreanos, dois tailandeses e seis tripulantes, totalizando 181 pessoas a bordo.
A aeronave, que havia decolado de Bangkok, enfrentava problemas no trem de pouso, possivelmente causados por uma colisão com aves.
Vídeos registrados no local mostram o avião aterrissando com o trem de pouso recolhido, deslizando pela pista antes de colidir contra um muro e explodir.
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Sobreviventes e esforços de resgate
Os dois sobreviventes estavam na parte traseira da aeronave e foram resgatados com vida pelas equipes de emergência. Ambos sofreram queimaduras severas e estão internados em estado crítico.
Mais de 80 bombeiros, helicópteros e ambulâncias foram mobilizados para controlar o incêndio e resgatar as vítimas.
Investigação inicial: colisão com aves e falhas no pouso do Boeing
Autoridades investigam a causa do acidente, com suspeitas de que a aeronave tenha colidido com pássaros antes da tentativa de pouso. A torre de controle havia alertado os pilotos sobre o risco de colisões com aves, comuns na região.
Testemunhas relataram ter visto um motor em chamas antes do impacto. Um passageiro chegou a enviar uma mensagem a um parente mencionando que “um pássaro estava preso na asa”.
O Aeroporto de Muan registra alta incidência de colisões com aves, devido à sua proximidade com áreas costeiras e campos abertos. Desde 2019, ao menos 10 incidentes similares foram relatados.
Além disso, especialistas destacam que o pouso em alta velocidade, combinado com o uso inadequado do trem de pouso, pode ter contribuído para a gravidade do acidente.
Contexto do acidente
A tragédia ocorreu na segunda tentativa de pouso da aeronave. Após uma primeira tentativa malsucedida, os pilotos arremeteram e declararam emergência.
O pouso final foi feito de “barriga”, mas a velocidade excessiva levou o avião a ultrapassar os limites da pista e colidir contra uma barreira de concreto, resultando em múltiplas explosões.
Histórico de acidentes aéreos na Coreia do Sul
Em proporção de passageiros, o desastre é o mais mortal já registrado em solo sul-coreano, superando a queda de um avião da Asiana Airlines em 1993, que deixou 68 mortos em Mokpo.
Outros acidentes marcantes incluem:
- 1983: voo da Korean Air Lines abatido por jato soviético, com 269 vítimas.
- 1997: Boeing 747 da Korean Air colidiu em Guam, matando 228 pessoas.
- 2013: voo da Asiana Airlines colidiu em São Francisco, com três mortos e dezenas de feridos.
Luto nacional e resposta das autoridades
O presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, declarou luto nacional até o dia 4 de janeiro. Ele visitou o local da tragédia e pediu prioridade às operações de resgate e investigação.
“Este é um momento de dor para nossa nação. Oferecemos nossas condolências às famílias das vítimas e reafirmamos nosso compromisso com a segurança aérea”, disse Sung-mok.
A Jeju Air, por sua vez, emitiu um comunicado lamentando o ocorrido e garantiu que está colaborando com as autoridades para esclarecer as circunstâncias do acidente.
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Impacto e lições para a aviação
Especialistas em aviação apontam para a necessidade de medidas mais rígidas para prevenir colisões com aves em aeroportos vulneráveis.
O Aeroporto de Muan, em particular, será alvo de uma revisão completa em seus protocolos de segurança.
Além disso, o acidente levanta questões sobre a manutenção de aeronaves e o treinamento de pilotos para lidar com emergências complexas.
A Coreia do Sul, que possui uma das maiores frotas de companhias aéreas da Ásia, enfrentará desafios para restaurar a confiança do público em seus padrões de segurança.
A investigação prossegue, com participação de equipes internacionais, para determinar as causas exatas da tragédia e prevenir futuros acidentes.
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