Indústria e serviços lideram o crescimento
O Produto Interno Bruto – PIB do Brasil avançou 0,9% no terceiro trimestre de 2024, na comparação com o trimestre anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado colocou o Brasil entre os países com maior crescimento econômico no G20, ao lado de China, Indonésia e México.
No acumulado do ano, o PIB do Brasil apresenta alta de 3,3%, com previsão de encerrar o ano em 3%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O desempenho reflete o impacto positivo da demanda interna, o aquecimento do mercado de trabalho e a recuperação de setores estratégicos como serviços e indústria.
Apesar do crescimento, a inflação de 4,77% em 12 meses acende um alerta para a economia, principalmente devido ao aumento nos preços de alimentos e energia.
Setores econômicos em destaque no crescimento do PIB do Brasil
O setor de serviços, que responde por mais de 70% da economia brasileira, cresceu 0,9% no terceiro trimestre, impulsionado por atividades como informações e comunicação (2,1%), serviços financeiros (1,5%) e comércio (0,8%).
No acumulado do ano, o setor registra alta de 3,8%, refletindo o aumento do consumo das famílias e o crescimento do mercado interno.
A indústria também apresentou resultados positivos, com avanço de 0,6% no trimestre.
O destaque ficou com as indústrias de transformação, que cresceram 1,3%, enquanto segmentos como construção (-1,7%), energia elétrica e gás (-1,4%) e indústrias extrativas (-0,3%) apresentaram retração. No ano, a indústria acumula alta de 3,5%.
Por outro lado, a agropecuária enfrentou um cenário desafiador, registrando queda de 3,5% em relação ao mesmo período de 2023. Fatores como a seca prolongada e as queimadas prejudicaram a produtividade no campo.
Demanda interna como motor do crescimento
A demanda interna foi o principal motor do crescimento econômico no Brasil. O consumo das famílias cresceu 4,5% no terceiro trimestre, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Esse desempenho foi sustentado pela recuperação do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego em 6,2%, a menor da série histórica, e pela elevação da massa salarial.
Além disso, os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo avançaram 9,7% no período. O aumento nos gastos públicos, somado à expansão do crédito, também contribuiu para o fortalecimento do mercado interno.
Inflação pressiona orçamento das famílias
Embora o crescimento do PIB do Brasil traga sinais positivos, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 4,77%, próxima do teto da meta de 4,5%.
O aumento foi puxado por itens essenciais como alimentos e tarifas de energia elétrica, além do impacto de fatores climáticos adversos e oscilações no câmbio.
Especialistas destacam que o cenário inflacionário pode limitar o poder de compra das famílias e comprometer o ritmo de crescimento nos próximos meses.
Comparação internacional e contexto global
No cenário internacional, o Brasil se destacou no G20, ficando atrás apenas de Indonésia (1,5%) e México (1,1%) no terceiro trimestre.
Economias como Estados Unidos (0,7%) e França (0,5%) tiveram resultados mais modestos, enquanto Japão, Reino Unido e Itália apresentaram estagnação ou retração.
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Entre as economias emergentes, o desempenho brasileiro foi comparável ao da China, que também cresceu 0,9% no período.
No entanto, enquanto a China deve encerrar 2024 com um crescimento de 4,8%, o Brasil projeta alta de 3%, de acordo com o FMI.
Perspectivas para 2025
A expectativa para 2025 é de um crescimento mais moderado, estimado em 2,2% pelo FMI. Analistas apontam que a política monetária ainda restritiva e o possível desaquecimento do mercado de trabalho podem reduzir o ritmo da expansão econômica.
Apesar disso, a resiliência do mercado interno, aliada a políticas fiscais expansivas e ao avanço de investimentos privados, deve sustentar um cenário de estabilidade econômica no curto prazo.
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