Ao longo dos anos, "Comedian" se consolidou como um dos maiores ícones da arte contemporânea.
O empresário Justin Sun, fundador da plataforma de criptomoedas Tron, deu um novo capítulo à polêmica obra “Comedian”, do artista italiano Maurizio Cattelan. A obra, que consiste em uma banana presa a uma parede por fita adesiva, foi adquirida por Sun em um leilão da Sotheby’s por US$ 6,2 milhões (equivalente a R$ 35,8 milhões).
Durante uma coletiva de imprensa em Hong Kong nesta sexta-feira (29), o empresário decidiu comer a fruta, declarando que “fazer isso em uma conferência pode se tornar parte da história da obra”.
A ação de Sun gerou comparações com eventos passados envolvendo a obra. Segundo divulgado pelo G1, em 2019, enquanto a peça estava em exibição no Art Basel de Miami, o performer David Datuna também consumiu a banana diante do público, chamando sua performance de “Hungry Artist”. Ele afirmou que não destruiu a arte, uma vez que o conceito da obra é mais importante do que o objeto físico.
De fato, a banana foi rapidamente substituída por outra. Anos depois, em 2023, um estudante sul-coreano repetiu o gesto em Seul, alegando fome, mas justificou sua atitude com a informação de que a fruta é frequentemente trocada para manter sua aparência fresca.
“Comedian” levantou debates sobre o valor da arte contemporânea desde sua estreia. Criada para provocar reflexões sobre o conceito de arte e seu valor, a obra tornou-se símbolo de discussões acaloradas no meio artístico. Especialistas apontam que, ao comprar a obra, o colecionador não adquire a banana em si, mas um certificado que concede o direito de reproduzi-la.
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Ainda segundo divulgado pelo G1, o chefe de arte contemporânea da Sotheby’s, David Galperin, afirmou que a criação de Cattelan reflete sobre os critérios utilizados para definir o valor de uma obra de arte. Ele destacou que a peça, mesmo amplamente contestada, continua a gerar discussões e mantém sua relevância ao questionar as fundações do mercado de arte.
A origem da banana, no entanto, carrega uma história de contrastes. O comerciante Shah Alam, que vendeu a fruta ao artista por 25 centavos de dólar, revelou frustração ao saber do valor milionário atribuído à sua mercadoria. Ex-funcionário público em Bangladesh, Alam trabalha em um carrinho de frutas nos Estados Unidos desde 2007, enfrentando jornadas de 12 horas para sustentar sua família.
Ao longo dos anos, “Comedian” se consolidou como um dos maiores ícones da arte contemporânea, desafiando espectadores e críticos a repensar o que realmente significa criar e consumir arte.
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