9% desses casos envolviam cobras.
Santa Catarina é o lar de quatro das serpentes mais perigosas do Brasil, o que contribui para o número expressivo de acidentes envolvendo esses animais. Em 2023, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC) contabilizou 5.823 casos de fatalidades com animais peçonhentos, e 9% desses envolviam cobras.
Segundo informado pela NSC total, o gênero Bothrops, que abrange espécies como a jararaca e a jararacussu, foi responsável por 492 ocorrências, ou 8,5% do total de acidentes com animais peçonhentos no estado.
Um desses casos resultou em óbito: um homem de 42 anos que, após ser picado por uma dessas serpentes, não resistiu após cinco dias de internação. De acordo com o CIATox/SC, a picada foi confirmada como a causa da morte.
Outro gênero de serpentes registrado foi o Micrurus, ao qual pertence a cobra coral. Foram 13 acidentes com essa espécie, representando 0,2% das ocorrências de envenenamento.
O relatório anual do CIATox/SC também apresenta um perfil das vítimas de acidentes com cobras do gênero Bothrops. A maioria (77%) eram homens, sendo a faixa etária mais afetada entre 50 e 59 anos (21,3% dos casos). Em 30,5% dos acidentes, as picadas ocorreram nos pés, e a maioria dos casos (93,5%) teve cura ou cura provável.
Em relação à gravidade, 74,6% dos casos foram considerados leves, enquanto 20,3% tiveram gravidade moderada, 2,8% foram graves, 0,2% não apresentaram gravidade e 0,2% resultaram em fatalidade.
Os acidentes com serpentes estão distribuídos em todo o estado, sendo a região Norte a mais afetada. Em números totais, houve 698 exposições humanas a cobras em Santa Catarina no último ano, das quais 491 foram com jararacas, 13 com cobras corais e uma com cascavel. Além disso, 193 envolviam espécies não peçonhentas.
Serpentes de interesse médico em Santa Catarina
Entre as cerca de 265 espécies de cobras encontradas no Brasil, apenas algumas são consideradas peçonhentas, ou seja, capazes de produzir toxinas e injetá-las em presas ou em pessoas.
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As principais cobras de relevância médica pertencem à família Viperidae, como as jararacas (Bothrops), a cascavel (Crotalus) e a surucucu (Lachesis). Outra família de destaque é a Elapidae, da qual as corais verdadeiras (gênero Micrurus) são as representantes mais comuns.
Em Santa Catarina, quatro espécies de serpentes são de interesse médico: jararaca (Bothrops jararaca), jararacussu (Bothrops jararacussu), cascavel (Crotalus durissus) e a coral verdadeira (Micrurus).
Essas cobras, por suas características venenosas, requerem atenção especial das autoridades e da população local, especialmente nas áreas mais propensas a acidentes.
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