A faixa etária mais afetada, no entanto, é a de 30 a 49 anos.
O número de suicídios entre crianças e adolescentes em Santa Catarina (SC) mais que dobrou em pouco mais de uma década, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A situação é particularmente grave entre jovens de 10 a 19 anos, onde o índice de suicídios no estado saltou de 2,3 para 5,2 mortes por 100 mil habitantes entre 2011 e 2022. Essa tendência é refletida nos dados nacionais, que apontam para cerca de mil jovens brasileiros nessa faixa etária tirando a própria vida anualmente, conforme a Sociedade Brasileira de Pediatria.
As tentativas de suicídio e autoagressão, classificadas como lesões autoprovocadas, também mostram números preocupantes. Em 2022, Santa Catarina registrou uma taxa de 204,3 casos por 100 mil jovens entre 10 e 19 anos.
Segundo divulgado pelo ND+, o crescimento alarmante não é exclusivo ao estado; em nível nacional, o aumento anual nas taxas de autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos foi de 29% entre 2011 e 2022.
O impacto do suicídio é devastador em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que mais de 700 mil pessoas cometem suicídio anualmente em todo o mundo.
No Brasil, a média dos últimos cinco anos aponta para mais de 15 mil mortes por suicídio a cada ano, com um aumento significativo em 2023, quando foram registrados mais de 16 mil óbitos, o que equivale a 43 suicídios por dia.
Especificamente em Santa Catarina, 962 suicídios foram contabilizados em 2023, sendo 76% (738) dos casos entre homens. Na faixa etária de 10 a 19 anos, foram registrados 41 óbitos. A faixa etária mais afetada, no entanto, é a de 30 a 49 anos, com 366 mortes.
Em 2024, até o final de agosto, o estado já havia registrado 616 suicídios, com uma prevalência ainda maior entre o sexo masculino, representando 77% (475) dos casos, conforme dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
O aumento de transtornos como ansiedade e depressão tem sido intensificado por elementos como a pandemia, dificuldades econômicas e pressões sociais.
Identificar indícios de sofrimento mental é essencial para promover cuidados adequados. Entre os sinais que podem alertar familiares e amigos estão o isolamento, uso abusivo de substâncias, variações súbitas de humor, descuido com a própria saúde e automutilação.
Entretanto, nem todos manifestam esses comportamentos, e, em alguns casos, os sinais só se tornam evidentes após tentativas ou o ato consumado de suicídio.
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A rede de apoio em Santa Catarina inclui 114 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que atendem pessoas com transtornos mentais, incluindo aqueles com pensamentos suicidas ou histórico de tentativas de suicídio.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) servem como a porta de entrada para o acolhimento, complementadas pelos serviços de emergência, como as UPAs 24 horas, SAMU 192, pronto-socorros e hospitais.
Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece suporte emocional gratuito e voluntário 24 horas por dia, por meio do telefone 188, e-mail ou chat online no site da instituição (www.cvv.org.br).
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