O documento oferece uma análise detalhada.
O Observatório Brasileiro da Desigualdades, lançado recentemente, apresenta um panorama abrangente do Brasil, destacando avanços e retrocessos nas desigualdades sociais e raciais em diferentes regiões do país.
O documento oferece uma análise detalhada que deve ser considerada tanto por gestores públicos quanto pelo eleitorado, apontando para a necessidade de políticas públicas mais eficazes e inclusivas.
Segundo divulgado pelo Correio Braziliense, entre as conquistas, o relatório evidencia uma redução expressiva no número de brasileiros vivendo em extrema pobreza, com uma queda de 40% entre 2022 e 2023.
Esse progresso foi ainda mais significativo entre as mulheres negras, cuja diminuição na pobreza extrema alcançou 45,2%.
Além disso, houve um aumento na presença de mulheres negras no ensino superior, com a taxa subindo 12,3% no último ano, atingindo 19,2% das jovens negras entre 18 e 24 anos.
No entanto, o documento também revela sérios retrocessos. A taxa de mortes por causas evitáveis aumentou 22% entre 2021 e 2022, com os homens negros sendo particularmente afetados: metade dessas mortes poderia ter sido evitada com políticas públicas mais eficientes.
Outro dado alarmante é a persistente insegurança alimentar que atinge 37% das famílias de mulheres negras, enquanto entre os homens não negros essa taxa é de 20%.
A desigualdade também se reflete na baixa representatividade política. Nas eleições municipais de 2020, apenas 12% das prefeituras foram ocupadas por mulheres, e somente 4% são negras.
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Nas câmaras municipais, a situação é igualmente preocupante, com apenas 6% das cadeiras ocupadas por mulheres negras.
O racismo estrutural continua a impactar negativamente a saúde mental da população negra, especialmente entre os homens jovens. Dados do Ministério da Saúde mostram que homens negros de 10 a 29 anos têm uma probabilidade 45% maior de cometer suicídio em comparação com outros grupos.
Esses dados reforçam a urgência de intervenções mais profundas e eficazes para combater as desigualdades e romper com ciclos de exclusão que perpetuam a vulnerabilidade de populações historicamente marginalizadas.
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