Dados indicam que adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos o dobro de probabilidade de fumar cigarros convencionais no futuro.
No contexto atual, crianças e adolescentes se tornaram alvos significativos da indústria do tabaco, que utiliza táticas enganosas e novos produtos, como os cigarros eletrônicos, para atrair consumidores jovens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa estratégia tem levado a uma iniciação precoce ao tabagismo.
Dados indicam que adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos o dobro de probabilidade de fumar cigarros convencionais no futuro.
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Diante desse cenário alarmante, o tema do Dia Mundial Sem Tabaco 2024, celebrado em 31 de maio, é “Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco”.
Esta campanha, lançada pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 29 de maio, visa alertar sobre os perigos do tabaco para as novas gerações e combater as táticas da indústria que miram crianças e adolescentes para expandir seu mercado.
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O alvo da campanha: crianças e adolescentes
“A proteção das crianças contra a influência prejudicial da indústria do tabaco é crucial. Elas são especialmente vulneráveis e representam o futuro. Educar e fortalecer os jovens contra a pressão do tabagismo é investir na saúde de amanhã,” destacou Roberto Gil, diretor-geral do INCA, durante o evento de lançamento da campanha.
O INCA aproveitou a ocasião para apresentar o estudo “Carga da doença e econômica atribuível ao tabagismo no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de impostos”.
Este estudo, desenvolvido em dois anos, sob a coordenação da Secretaria Executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco (Conicq), revela o impacto do tabagismo na saúde e na economia do país.
Dados da pesquisa PeNSE
A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019 revelou que 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico. A experimentação é maior entre adolescentes de 16 a 17 anos (22,7%) e entre meninos (18,1%) em comparação com meninas (14,6%). A região Centro-Oeste lidera a experimentação (23,7%), seguida pelo Sul (21%) e Sudeste (18,4%).
Além disso, o número de escolares que declararam ter fumado nos 30 dias anteriores à pesquisa subiu de 5,6% em 2013 para 6,8% em 2019. Estes dados preocupantes estão disponíveis no portal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os perigos dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs)
Os DEFs, que incluem cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido, contêm quantidades variadas de nicotina e outras substâncias tóxicas.
Mesmo produtos que alegam não conter nicotina podem apresentá-la, e suas emissões são prejudiciais tanto para usuários diretos quanto para quem é exposto aos aerossóis.
A nicotina é altamente viciante e pode prejudicar o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, afetando negativamente o aprendizado e a saúde mental. Além disso, o uso de DEFs está associado a um maior risco de doenças cardíacas e pulmonares.
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Medidas de controle e prevenção
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, fabricação e publicidade de DEFs no Brasil.
Em abril de 2024, a Anvisa reforçou essas proibições com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 855/2024, que inclui a proibição de uso desses dispositivos em recintos coletivos fechados.
O Ministério da Saúde coordena o Programa Nacional de Controle do Tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS), que, em parceria com o INCA, tem reduzido o número de usuários de tabaco através de ações educativas, apoio ao tratamento da dependência de nicotina e promoção de ambientes livres de fumaça.
Conclusão
A campanha do Dia Mundial Sem Tabaco 2024 reforça a importância de proteger crianças e adolescentes da influência da indústria do tabaco.
Com ações coordenadas e políticas públicas eficazes, é possível prevenir a iniciação precoce ao tabagismo e garantir um futuro mais saudável para as novas gerações.
Sugestão de pauta
