Isso acontecerá caso as emissões de gases de efeito estufa aumentem.
As cidades de Santos e Rio de Janeiro poderão perder respectivamente 7,57% e 7,35% de seus territórios para o mar até 2100, caso as emissões de gases de efeito estufa aumentem, segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Climate Impact Lab.
Mesmo mantendo o ritmo atual de emissões, a previsão é alarmante: 5,9% de Santos e 4,4% do Rio de Janeiro estarão submersos até o final do século.
A pesquisa baseou-se em imagens de satélite, mareógrafos e modelos do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e simulou três cenários: baixa, intermediária e alta emissão de gases de efeito estufa.
Projeções de impacto para Santos e Rio
No cenário mais pessimista, Santos poderia ver o nível do mar subir 27,74 cm até 2050 e 72,85 cm até 2100, enquanto no Rio de Janeiro o aumento seria de 23,84 cm e 65,67 cm, respectivamente.
Estes aumentos significariam que, mesmo com emissões atuais, o território submerso de Santos seria de 2,74% e do Rio de Janeiro de 2,07% até meados do século, aumentando para 5,9% e 4,4% até 2100.
Impacto global e local
O Brasil pode experimentar uma elevação média do nível do mar entre 20,9 cm e 24,27 cm até 2050, e entre 40,5 cm e 65,6 cm até 2100.
Atualmente, a previsão é que o nível do mar suba 21,65 cm até 2050 e 49,98 cm até 2100 no Brasil, ultrapassando a média global.
As áreas costeiras brasileiras poderão perder 913,2 km² até 2050 e 2.270,3 km² até 2100 sob o cenário atual de emissões. No pior cenário, essas perdas podem chegar a 4.612 km² até o final do século.
Cidades globais em risco
Além de Santos e Rio de Janeiro, outras cidades populosas como Guayaquil (Equador), Barranquilla (Colômbia), Kingston (Jamaica), Cotonou (Benin), Calcutá (Índia), Perth, Newcastle e Sydney (Austrália) enfrentam riscos significativos de inundação.
Estas áreas abrigam uma em cada sete pessoas no mundo, e a subida do nível do mar pode reverter décadas de progresso no desenvolvimento humano.
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Ação urgente necessária
Segundo o Estadão, Hannah Hess, diretora associada do Climate Impact Lab, ressaltou a importância de ações rápidas e sustentadas para reduzir as emissões, que podem mitigar os riscos e dar mais tempo para preparações proativas.
Pedro Conceição, do PNUD, sublinha que os dados devem servir de alerta para as autoridades na Cúpula do Clima, a COP-28, que começa na próxima quinta-feira em Dubai. “O momento de agir é agora”, afirma Conceição.
As previsões são um alerta contundente sobre a necessidade de políticas ambientais rigorosas e imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, proteger áreas costeiras e evitar catástrofes ambientais e sociais de grandes proporções.
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