Eles também são acusados de estelionato.
Na manhã da última quarta-feira (22), a Polícia Civil de Santa Catarina prendeu Renato e Aline Openkoski, um casal de Joinville, condenado em 2022 por estelionato e apropriação de bens.
O casal foi responsável pela campanha “AME Jonatas”, que arrecadou mais de R$ 3 milhões em 2017 para o tratamento de seu filho, Jonatas, que sofria de Atrofia Muscular Espinhal (AME). A criança faleceu em 2022.
A prisão e a condenação
Após denúncias de uma mudança repentina no estilo de vida dos pais, a Polícia Civil iniciou uma investigação em janeiro de 2018, levantando suspeitas de que os fundos arrecadados estavam sendo usados para gastos pessoais luxuosos.
Em março de 2018, a Justiça bloqueou os valores da campanha, e os pais foram indiciados. Em 2022, Renato e Aline foram condenados a penas que somadas chegam a 70 anos de prisão em regime fechado.
A operação que culminou na prisão do casal contou com um intenso trabalho de inteligência e investigações.
Renato e Aline foram localizados no bairro Morro do Meio, em Joinville, após fugirem de Balneário Camboriú, onde residiam. Segundo a Polícia Civil, os dois foram encaminhados ao sistema prisional catarinense.
A defesa dos acusados
O advogado de defesa, Emanuel Stopassola, informou ao Uol que entrou com um pedido de soltura do casal na quinta-feira (23). Ele argumenta que Aline é mãe de outras duas crianças e que tanto ela quanto Renato são réus primários com bons antecedentes, endereço fixo e trabalho.
“Foi pedido um relaxamento de prisão para obtenção de liberdade provisória”, declarou Stopassola.
A defesa sugere que, se a decisão for negativa, poderá recorrer aos tribunais superiores, incluindo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As investigações e o bloqueio de bens
As investigações começaram após denúncias ao Ministério Público de Santa Catarina, que notaram o padrão de vida elevado dos pais, inclusive com postagens de uma viagem a Fernando de Noronha durante o Réveillon de 2017.
A campanha “AME Jonatas” prometia usar os fundos para comprar o medicamento Spinraza, que custava R$ 367 mil por dose.
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As suspeitas surgiram quando se observou que os pais estavam usando o dinheiro para financiar luxos.
Em março de 2018, a Justiça bloqueou cerca de R$ 3 milhões arrecadados e apreendeu um veículo de R$ 140 mil.
A investigação revelou que os pais gastavam o dinheiro em viagens, festas, restaurantes caros e até tentaram comprar uma loja de roupas. Mais de 20 pessoas foram ouvidas ao longo da apuração.
A sentença
Além das penas de prisão, Renato e Aline foram condenados ao pagamento das custas processuais e uma indenização mínima de R$ 178.176,25, destinada à vítima do crime de estelionato e a uma entidade social que cuida de crianças com AME.
A sentença foi proferida pelo juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, da 4ª Vara Criminal de Joinville.
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