A defesa anunciou planos para recorrer da decisão a partir de hoje (16).
Dirce Rogério, de 55 anos, moradora de Rio do Sul, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação nos eventos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Após passar oito meses detida na Penitenciária Estadual Feminina do Distrito Federal, ela foi liberada em 1º de setembro para aguardar julgamento, utilizando uma tornozeleira eletrônica.
A condenação de Dirce foi estabelecida em 16 anos e 6 meses, com 15 anos de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção, além de uma multa pecuniária equivalente a 100 dias-multa, cada um calculado como um terço do salário mínimo.
O advogado Helmar de Souza Amancio expressou ao ND+ a desolação da defesa de Dirce diante da sentença condenatória e anunciou planos para recorrer da decisão a partir de hoje (16).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou acusações contra Dirce por diversos crimes, incluindo associação criminosa armada, atentado contra o Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, danos ao patrimônio da União com uso de substância inflamável e deterioração de patrimônio histórico.
A maioria dos ministros do STF seguiu o voto do relator, Alexandre de Moraes, que acolheu as acusações da PGR e votou pela condenação da ré pelos crimes mencionados.
Além de Dirce, outros três residentes de Santa Catarina foram detidos em conexão com os eventos de 8 de janeiro, originários de Blumenau, Balneário Camboriú e Joinville.
A defesa alega que Dirce estava em Brasília para participar de uma “oração pelo Brasil”. Ainda conforme relatado em uma entrevista ao ND+ em janeiro, a defesa afirmou que ela visitou a Catedral da cidade com um grupo de mulheres.
Embora não haja informações públicas sobre a participação de Dirce nos eventos de 8 de janeiro no portal do STF, a defesa argumenta que o ônibus que a transportava chegou à Esplanada por volta das 15h do dia 8 de janeiro e parou nas proximidades.
Posteriormente, ao desembarcar, Dirce e o grupo que estava com ela caminharam em direção à Catedral de Brasília, próxima aos palácios do governo. No entanto, eles acabaram seguindo os manifestantes em direção à Praça dos Três Poderes.
Segundo a defesa, Dirce e seu grupo, composto principalmente por pessoas idosas, foram alvos de bombas de efeito moral e intimidação por helicópteros, antes mesmo de chegarem aos prédios públicos.
Testemunhas da defesa afirmam que o grupo religioso carregava apenas itens como bíblias, rosários e bandeiras do Brasil, sem armas brancas ou objetos de ferro.
Em uma tentativa de proteção, foram orientados por soldados do Exército a entrar no Palácio do Planalto, ficando próximo ao estacionamento.
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A defesa relata que, enquanto isso, o batalhão de choque da Polícia Militar conteve os manifestantes que estavam causando danos ao terceiro andar do palácio. Os manifestantes foram presos e levados ao segundo andar.
Por fim, a polícia entrou em contato com o grupo no 1° andar, alegadamente composto por pessoas que não participaram dos atos, mas buscavam abrigo no local.
O advogado afirmou ao ND+ que a condenada foi “induzida ao erro” após o ocorrido.
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