Em meio à recente crise climática que afetou Santa Catarina, o governador Jorginho Mello (PL) rejeitou, por despacho publicado em 12 de janeiro, a inclusão de R$ 58,6 milhões no Orçamento do Estado de 2024, destinados a iniciativas de combate a enchentes no Vale do Itajaí.
A decisão resultou na recusa de pelo menos 15 emendas propostas por deputados estaduais, que buscavam ampliar os recursos para construção de barragens, melhorias em estruturas existentes e desassoreamento de rios.
A negativa ocorre em um cenário em que, menos de dois meses atrás, o estado enfrentou uma das maiores crises climáticas de sua história.
Entre outubro e novembro do ano passado, fortes chuvas impactaram 209 municípios catarinenses, levando a 195 prefeituras a decretarem situação de emergência e outras 14 a declararem estado de calamidade pública, principalmente no Alto e Médio Vale do Itajaí.
O deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD), autor de oito das emendas rejeitadas, lamentou a decisão, destacando o desrespeito percebido para com os mais de 1 milhão de habitantes do Vale do Itajaí. Ele citou as cidades de Rio do Sul, Taió e Brusque como exemplos dos impactos de uma infraestrutura cada vez mais deficitária e ressaltou a necessidade de aumentar o orçamento para ações de defesa civil e mitigação de cheias.
>>LEIA MAIS SOBRE AS ENCHENTES
Bernardes alertou para o agravamento dos efeitos das mudanças climáticas e instou a aceleração dos investimentos em projetos estruturantes. Ele enfatizou que o plano desenvolvido pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), essencial para a prevenção de enchentes na região, está engavetado há mais de uma década.
Diante da rejeição das emendas que buscavam substancialmente aumentar os valores destinados a projetos cruciais, como a implantação de barragens e a dragagem de rios, o deputado afirmou que avaliará detalhadamente as razões dos vetos do governador.
Ele prometeu uma abordagem firme na retomada dos trabalhos legislativos, marcada para a primeira semana de fevereiro, ressaltando que a Bancada do Vale do Itajaí tratará do assunto com a urgência e seriedade que merece, visando a proteção da vida e do patrimônio dos catarinenses.
Sugestão de pauta