A Defesa Civil da Islândia declarou estado de emergência na região sudoeste do país, e uma cidade pesqueira com 3,4 mil habitantes precisou ser evacuada no sábado, 11.
A decisão de evacuar Grindavik se deve à preocupação crescente das autoridades com uma possível erupção vulcânica.
Além disso, agências de meteorologia apontam que a Islândia está sofrendo com tremores constantes, chegando a uma média de pelo menos um a cada 30 segundos em algumas regiões.
Na área de Grindavik, um corredor de magma se estende sob a comunidade pesqueira, segundo informações do Escritório Meteorológico da Islândia.
A pequena cidade fica na Península de Reykjanes, a cerca de 50 quilômetros a sudoeste da capital, Reykjavik.
Com a presença do corredor de magma e os tremores, o Escritório Meteorológico afirma que “não é possível determinar exatamente se e onde o magma pode chegar à superfície.”
Vale ressaltar que a Islândia tem cerca de 130 montanhas vulcânicas, sendo que 18 delas têm tido erupções desde a descoberta e colonização da ilha por volta do ano 900.
Confira imagens de erupções recentes e da cidade evacuada na Islândia
Essas erupções representam um grande risco para a aviação porque podem lançar cinzas abrasivas na atmosfera, podendo causar falhas nos motores dos jatos, danos nos sistemas e redução na visibilidade.
Por isso, as autoridades elevaram o alerta de aviação para laranja, ou seja, indicam um risco maior de erupção vulcânica.
Em 2010, uma grande erupção na Islândia causou uma grande interrupção nas viagens aéreas entre a Europa e a América do Norte.
Na época, as companhias aéreas sofreram um prejuízo de cerca de U$$ 3 bilhões em cancelamentos de mais de 100 mil voos.
Erupções e tremores afetam as estruturas da Islândia
A região de Grindavik foi evacuada após sofrer com centenas de pequenos terremotos diários por mais de duas semanas, e os cientistas monitoram o acúmulo de magma a cerca de 5 km de profundidade.
Na madrugada da última quinta-feira, 9, quando um terremoto de magnitude 4,8 atingiu a região.
O tremor forçou o resort geotérmico Blue Lagoon a fechar temporariamente.
O professor de geologia Pall Einarrson à RUV da Islândia informou que a atividade sísmica começou ao norte de Grindavik, em uma área com uma rede de crateras de 2 mil anos.
Além disso, o corredor de magma na região tem cerca de 10 km de comprimento e segue se espalhando.
“Os maiores terremotos se originaram lá, sob essa antiga série de crateras.
Mas desde então ele (o corredor de magma) está ficando mais longo, passou por baixo da área urbana de Grindavík e está indo ainda mais longe em direção ao mar”, comentou.
Além da atividade sísmica, uma enorme deformidade do solo se eleva a partir desse acúmulo de lava abaixo da superfície.
Escritório Meteorológico da Islândia emite novo comunicado sobre a situação
Em uma atualização divulgada neste domingo, 12, o Escritório Meteorológico da Islândia (IMO) reforçou a preocupação com uma erupção vulcânica iminente perto de Grindavík.
Após uma reunião entre o IMO, a Universidade da Islândia e o Departamento de Proteção Civil e Gestão de Emergências, novos dados apontam para riscos elevados de atividade vulcânica pelos próximos dias.
Os tremores e alterações no magma da região começaram em 25 de outubro. Além disso, imagens de satélite mostraram uma intrusão de dique de lava que se estende de Sundhnjúkagig através de Grindavík e em direção ao Sudoeste.
Segundo o IMO, os dados revelaram que a taxa de deformação na região é maior que qualquer nível registrado anteriormente na área, com elevação de até 20 cm e fissuras em estradas e no campo.
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Além disso, o volume de magma acumulado na área já ultrapassou as últimas três erupções registradas na região, se estendendo de Stóra-Skógsfell, no Norte, até Grindavík, no Sul.
Por isso, as autoridades declararam um código laranja, ou nível 3 de 4 na escala universal de alerta de vulcões terrestres.
Vale ressaltar que a região sofre com erupções iminentes desde 2021, porém as autoridades apontam que a erupção iminente deve ser ainda mais intensa.
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