Amazonas, 2 de setembro – Casas, igrejas, escolas e ruas – tudo sumiu do mapa após uma grande erosão se formar onde antes ficava a vila Arumã, no Amazonas.
Onde antes havia uma população de cerca de 200 pessoas, agora existe apenas a destruição deixada pelo desabamento de um barranco na região.
Até o momento, as autoridades registraram a morte de uma criança e o desaparecimento de outras quatro pessoas.
A vila Arumã é uma área rural que pertence ao município de Beruri, cidade a 173 km de Manaus.
Imagens mostram que o lugar “sumiu do mapa” após ser afetado pelo deslizamento causado pelo fenômeno de “terras caídas”.
Esse fenômeno acontece principalmente no período de seca dos rios no estado e, nas últimas semanas, o Amazonas tem enfrentado uma seca histórica que deixou 55 cidades em estado de emergência.
Em suma, as “terras caídas” acontecem quando a água atua sobre as margens dos rios e causam erosão.
Com isso, abrem-se extensas “cavernas subterrâneas” até que surja uma ruptura que provoque a queda do terreno.
Após essa queda, o terreno é tragado pelas águas.
Segundo os Bombeiros, o desastre atingiu mais de 40 casas e afetou cerca de 200 pessoas na vila Arumã.
Além de uma morte e quatro desaparecimentos, que incluem três soterramentos e uma pessoa no rio, as autoridades ainda não confirmaram o número de feridos.
Até o momento, a Defesa Civil não deu mais atualizações sobre o caso.
O antes e depois da Vila Arumã
Uma comunidade como muitas outras cidades ribeirinhas do interior do Amazonas, a vila tinha um pequeno porto antes da destruição, além de uma orla com construções coloridas, igrejas e outras construções.
Agora, conforme imagens divulgadas nas redes sociais, o local se tornou apenas um grande buraco de lama.
O desastre aconteceu no último sábado, 30, enquanto os moradores seguiam normalmente suas rotinas.
No entanto, no fim da tarde, a tranquilidade foi interrompida por um deslizamento de terra, e muitos moradores relatam terem sentido um forte tremor.
Para se proteger, várias pessoas fugiram em direção à floresta, onde foram resgatadas pelos Bombeiros na manhã de domingo, 1.
De acordo com os bombeiros, os moradores que se abrigam na mata sofreram ferimentos leves, mas já receberam atendimento.
Para garantir o atendimento e resgate das pessoas atingidas, os Bombeiros montaram uma base na Comunidade São Lázaro, vizinha da vila Arumã.
Ajuda humanitária
No domingo, 1, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) enviou 150 cestas básicas em apoio às famílias desabrigadas.
Esses desabrigados estão alojados em um centro comunitário, montado na comunidade vizinha.
A entrega aconteceu através do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), e contou com:
- 150 cestas básicas
- 100 garrafões de água de 20 litros
- 180 frangos
- 150 kits de higiene pessoal
Uma segunda equipe está à caminho para prestar assistência aos atingidos.
A equipe conta com:
- homens do Corpo de Bombeiros
- Defesa Civil
- Instituto Médico Legal (IML)
- servidores Secretaria Estadual de Assistência Social (Seas)
- Secretaria de Estado de Justiça
- Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc)
- Secretaria de Estado de Saúde (SES)
- Fundação de Vigilância Saúde (FVS)
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Entenda a erosão
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a erosão que fez a vila Arumã “desaparecer” é responsável pela degradação de metade dos solos de todo o mundo.
Esse fenômeno resulta da deterioração dos solos e rochas por intempéries, como chuvas e vento, e intervenção humana, ocorrendo na forma de deslocamento de terra de um lugar para outro.
Além disso, o deslocamento de terra é mais propenso a aparecer em locais com solo arenoso.
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