Em caso de danos ou rompimentos nos cabos, o processo de reparo poderia se estender por semanas.
Operadoras de banda larga no Brasil estão expressando preocupações com a construção da maior usina de dessalinização de água do mar do país, localizada na Praia do Futuro, em Fortaleza. Segundo as empresas, essa megaconstrução representa um potencial risco para os cabos submarinos que conectam o Brasil à rede mundial de computadores. Em caso de danos ou rompimentos nos cabos, um apagão de internet poderia afetar o território brasileiro, de acordo com informações obtidas pelo colunista Carlos Madeiro, do portal UOL.
A Praia do Futuro, onde a usina está sendo erguida, é atualmente o ponto de chegada de 17 cabos submarinos, tornando a região o segundo maior hub do mundo de sistemas ópticos submarinos, atrás apenas de Marselha, na França. De acordo com dados do Ministério das Comunicações, impressionantes 99% do tráfego de internet no Brasil passa por esse balneário, que também atende a países vizinhos e até mesmo a África.
Em entrevista exclusiva ao colunista do UOL, Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da TelComp, entidade que representa operadoras de telefonia, banda larga, acesso à internet, TV por assinatura e data centers, explicou que a construção da usina poderia resultar em um apagão de internet no país. Ele ressaltou que, em caso de danos em um cabo, o processo de reparo poderia se estender por semanas, afetando severamente a conectividade.
Por outro lado, o presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) argumentou que o projeto da usina começou a ser estudado em 2017 e passou por debates, consultas e audiências públicas. Ele destacou que o governo cearense modificou o projeto para acomodar as preocupações das empresas, inclusive alterando a localização dos dutos.
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações informaram que estão acompanhando de perto o desenvolvimento desse caso, enquanto o projeto da usina aguarda o licenciamento ambiental e a liberação da Superintendência de Patrimônio da União (SPU).
A empresa vencedora da parceria público-privada (PPP) planeja investir R$ 520 milhões na construção da planta e mais R$ 2,5 bilhões na sua manutenção e operação ao longo de 30 anos. A expectativa é que a usina atenda às necessidades de abastecimento de água de 700 mil pessoas na capital cearense.
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