Os manifestantes colocaram uma faixa grande na Ponte de Ferro
Blumenau, 5 de agosto – Blumenau foi palco de uma manifestação contra a LGBTfobia na manhã deste sábado, 5.
O ato é uma resposta aos cartazes preconceituosos colocados no Parque Ramiro Ruediger durante o piquenique organizado pela ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade.
A organização luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ no município e na região.
Os manifestantes se reuniram em frente à prefeitura e por volta do meio-dia saíram em caminhada ao parque na Rua Alberto Stein.
Os participantes levavam nas mãos cartazes com mensagens como “Deus é amor” e “Se o meu amor incomoda, o problema é você”.
Uma faixa grande também foi colocada na Ponte de Ferro com a frase “Existimos e resistimos”.
Rodrigo Sartoti, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SC, esteve na manifestação.
Nas redes sociais, ele publicou uma foto com bandeira colorida — símbolo do movimento — e escreveu:
“Em Blumenau, na luta contra o racismo, o racismo e LGBTfobia.”
A origem do protesto contra LGBTfobia
A ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade tinha marcado para 15 de junho um piquenique no Parque Ramiro Ruediger aberto à comunidade, com o tema “Jesus é amor”.
O objetivo era promover uma roda de conversa sobre “O Amor Vence a LGBTfobia”, com a participação do teólogo Tuco Egg.
No entanto, ao chegarem ao local, os participantes se depararam com placas de papel fixadas nos canteiros, contendo mensagens discriminatórias e homofóbicas.
Os materiais preconceituosos afirmavam que nem todos são filhos de Deus e que “aliás, existem aqueles que são filhes do diabo”.
O material trazia ainda trechos bíblicos apontando que “os homossexuais não herdarão o reino de Deus”.
O caso foi registrado na polícia para investigação e o vereador Bruno Cunha pediu a divulgação das imagens das câmeras de segurança para identificar quem colocou o material no parque.
Onze dias após o episódio, vereadores de Blumenau rejeitaram um projeto de lei proposto por Bruno Cunha.
O PL tornaria impossível a contratação de servidores públicos comissionados condenados por racismo ou injúria racial, o que inclui a homofobia.
O parlamentar lamentou o posicionamento da Câmara Municipal, considerando-o surreal diante da gravidade da situação.
A manifestação, motivada pelos cartazes preconceituosos, também destacou a preocupação com retrocessos na legislação que afetam a população LGBTQIA+.
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