O ex-deputado resistiu por 8h e dois policiais ficaram feridos
Na noite deste Domingo (23), o ex-deputado Roberto Jefferson se entregou à polícia, após atacar Policiais Federais e passar 8 horas desrespeitando ordem do Supremo Tribunal Federal.
Segundo apurado pelo G1, o ex-deputado foi levado à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio de Janeiro. Logo após, seguirá para o Instituto Médico Legal, para exame de corpo de delito, e para Bangu 8.
Logo após a prisão, o Ministro do STF, Alexandre de Moraes, se manifestou no Twitter: “Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos.”
Também, o presidente Jair Bolsonaro (PL) omentou o desfecho do caso em sua conta: “Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio.”
Mandado de Prisão
No começo da tarde deste domingo (23), o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão para o ex-deputado Roberto Jefferson. Contudo, o ex-deputado atirou nos policiais federais que foram cumprir o determinado.
Segundo as informações, o fato aconteceu na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Nesse sentido, a Polícia Federal foi cumprir a ordem de prisão e foi atacada por Roberto Jefferson com granadas e fuzil, mesmo não possuindo o direito de portar arma de fogo.
Em seguida, dois agentes foram feridos pelos ataques, sendo atingidos por 3 granadas e 2 tiros de Fuzil. Desse modo, a PF revidou, mas não invadiu a casa do ex-deputado.
Como resultado, o delegado Marcelo Vilella, foi atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos, ferida na cabeça. Em seguida, os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.
Segundo Jefferson, o mesmo confirmou os disparos, mas diz que não foram direcionados aos agentes. “Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles.”
Todavia, segundo o G1, sem se identificar, um amigo de Jefferson, que está na casa dele, postou um vídeo dizendo que o ex-deputado não atirou em ninguém e nem vai atirar.
Contudo, por volta das 17h30min a Polícia Federal e Agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), ainda estavam na porta da casa de Roberto Jefferson, mas ele não se rendeu. Além disso, apoiadores de Jair Bolsonaro também foram para a porta da casa de Roberto e hostilizaram a imprensa.
De acordo com o relatado, Anderson Torres, ministro da Justiça, estava a caminho do Rio, por determinação de Jair Bolsonaro. Segundo as informações confirmadas pela PF e pelo advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Cunha, ele é aliado do presidente da República (PL).
Em postagem na sua conta do Twitter o ministro respondeu: “Momento de tensão, que deve ser conduzido com muito cuidado. Ministério da Justiça está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível”.
Nesse sentido, também estaria seguindo para Levy Gasparian o diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira.
Prisão Domiciliar
Segundo as informações apuradas pelo G1, Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito.
Também descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF.
Assim como, chegou a ofender a ministra do STF, Cármen Lúcia, a comparou a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.
Desse modo, por conta de todos estes descumprimentos, Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar e determinou sua volta à prisão.
Segundo o ministro do STF, afirmou que houve “notórios e públicos descumprimentos” de decisões judiciais. “No caso em análise, está largamente demonstrada, diante das repetidas violações, a inadequação das medidas cautelares em cessar o periculum libertatis do denunciado, o que indica a necessidade de restabelecimento da prisão, não sendo vislumbradas, por ora, outras medidas aptas a cumprir sua função”, relatou.
Também, afirmou que as condutas de Jefferson podem configurar novos crime, como “calúnia, difamação, injúria, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitar publicamente animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade, além da questão discriminatória presente no vídeo de 21/10/2022”.
Bolsonaro e Lula se manifestaram no Twitter
De acordo com postagens na rede social Twitter, os dois candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), se manifestaram sobre o caso.
Dessa form, o post de Bolsonaro diz, “Repúdio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP”.
Também, Lula se posicionou: “As ofensas contra a Cármen Lúcia não podem ser aceitas por ninguém que respeita a democracia. Criaram na sociedade uma parcela violenta. Uma máquina de destruição de valores democráticos. Isso gera o comportamento como o que vimos hoje.”
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