A pesquisa foi feita com vários casais onde um parceiro apresentava sintomas e o outro não.
No último domingo (6), a geneticista Mayana Zatz, em entrevista ao CNN, contou como foi feito a pesquisa que trouxe dados no qual indicam que mulheres são mais resistentes a Covid-19.
O estudo, que foi conduzido pela Universidade de São Paulo, utilizou 83 casais.
De acordo com a geneticista, o interesse pela pesquisa surgiu após perceber que entre os diversos casais, um apresentava os sintomas da doença enquanto o outro não apresentava nenhum sinal de infecção.
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“Começamos a divulgar que tínhamos interesse nesse estudo, recebemos mais de dois mil e-mails de pessoas dizendo que estavam nessa situação, que um deles teve [Covid-19] e o outro não, e na maioria dos casos foi o homem que teve e a mulher não”, explicou a especialista.
A pesquisa foi feita ainda no início da pandemia, antes da distribuição de vacina e na época onde a primeira mutação do vírus estava circulando.
Além desses 83 casais, informações de mais de 1.700 pessoas que entraram em contato com a universidade foram coletados pelos pesquisadores. Essas pessoas entraram em contato para saber se foi o homem que transmitiu para a mulher ou ao contrário.
“Ao computar os dados, vimos que no grupo dos assintomáticos tínhamos 29 homens e 54 mulheres, ou seja, quase o dobro de mulheres assintomáticas em relação a homens. A gente já sabe em outros estudos que a frequência de homens que tem formas graves da Covid e que vão a óbito é muito maior que entre mulheres, mas queríamos ver o contrário, quem é mais resistente, se são os homens ou as mulheres”, afirmou Zatz.
“Vimos que em 943 casos o homem é que tinha tido antes e transmitido para a mulher ou era o único do casal que teve. Já em 660 casos era a mulher a única ou que transmitiu para o parceiro; ou seja, nós confirmamos que os homens transmitem muito mais e que as mulheres. Além de serem mais resistentes, elas transmitem menos”, afirmou a geneticista.
De acordo com as informações, como os estudos foram realizados no começo da pandemia, os pesquisadores envolvidos na pesquisa pretendem chamar novamente os casais que participaram da pesquisa. O Intuito é saber se o cenário ainda se mantém mesmo com a nova variante Ômicron, que está sendo predominante atualmente.
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