A defesa civil esclarece o objetivo de apoiar a operação e manutenção da rede de monitoramento caso exista viabilidade financeira e operacional.
A Defesa Civil de Santa Catarina (DCSC) esclarece que, em conjunto com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, mantém um diálogo aberto com o Centro de Operações do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (CEOPS), pertencente a Universidade Regional de Blumenau (FURB). Com o objetivo de apoiar a operação e manutenção da rede de monitoramento caso exista viabilidade financeira e operacional.
No dia 9 de dezembro de 2020 as entidades participaram de uma reunião, organizada pelo Comitê da Bacia do Rio Itajaí, para discutir as condições operacionais da rede de monitoramento e alerta do Vale do Itajaí, operada pelo CEOPS/FURB. Na oportunidade, a DCSC levantou a necessidade de avaliar o interesse e as condições técnicas do CEOPS em continuar a operar a rede.
Da mesma forma, foi solicitado que o Centro apresentasse um diagnóstico da situação e a proposta técnica e financeira para a recuperação e manutenção. Destaca-se que, até o momento, a DCSC não recebeu nenhuma comunicação oficial do CEOPS/FURB apontando o interesse de continuidade da operação da rede. Apenas foi repassado, na tarde do dia 26 de janeiro, por meio do Comitê da Bacia do Rio Itajaí, o “possível” interesse e a cópia de uma proposta técnica financeira desatualizada elaborada em 2019.
O CEOPS afirma que as informações precisam ser atualizadas com base em vistoria em todas as estações, mas esse trabalho está fora de cogitação. É importante levar ao público que o custo apontado pelo documento, que está desatualizado, para a reforma das estações e manutenção das atividades, repassado pelo Centro, é de R$ 652.590,00. Deste montante podemos exemplificar como custos de gestão administrativa e operacional do Projeto, por 12 meses, a quantia de R$ 130.000,00, e para compra de equipamentos novos, como computadores e notebooks, R$ 232.900,00.
Atualmente, apenas duas das 16 estações do CEOPS estão operacionais, sendo que a grande maioria dos pontos monitorados pelo Centro coincidem com a rede da Agência Nacional das Águas (ANA). Se existe uma entidade que já realiza o monitoramento destes pontos, se torna necessário avaliar a viabilidade e quais os benefícios que o repasse de recursos para o CEOPS/FURB vai trazer para o sistema de alerta de cheias no Vale do Itajaí, já que estamos tratando recursos públicos.
O CEOPS já teve uma participação importante no monitoramento de inundações do Vale do Itajaí, mas também passou por falhas em eventos críticos. Após problemas na operação durante as cheias de 2008, a SDM, antiga Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, apoiou a modernização do sistema operacional. Já nas cheias de 2011, entre agosto e setembro, quando o Vale do Itajaí, em especial o Alto Vale, foi severamente afetado por inundações, uma falha no sistema de telemetria da rede do CEOPS prejudicou o monitoramento da Bacia Hidrográfica.
É possível afirmar que o Vale do Itajaí é uma das bacias hidrográficas do Brasil com a maior densidade de estações de monitoramento. Por ser um sistema descentralizado, monitorado por diversas agências, reduz a dependência de uma única instituição para operar e manter o sistema de monitoramento e alerta da bacia. Nos últimos anos, diversas entidades públicas, privadas, municipais, estaduais e federais investiram na implantação de redes de monitoramento. Atualmente, o Vale do Itajaí conta com 287 estações pluviométricas ativas (que medem a chuva) e 105 estações fluviométricas (que medem os níveis dos rios).
O setor elétrico possui o maior número de estações de nível (31), em seguida vem a Agência Nacional das Águas (ANA) (17), CEOPS (16), Prefeitura de Itajaí (9) e Prefeitura de Brusque (3). Um novo Plano de Operação das Barragens de Taió, Ituporanga e José Boiteux foi elaborado com base em estudos hidrológicos e hidráulicos. Para apoiar o Plano, que minimiza as cheias no Vale do Itajaí, no final de 2020 a Defesa Civil de Santa Catarina (DCSC) instalou outras três estações nas Barragens de Taió e Ituporanga.
A DCSC ressalta que neste ano também está sendo prevista a aquisição e instalação de mais 15 estações hidrológicas, a maioria situada no Vale do Itajaí. O resultado destas ações pode ser comprovado em dezembro de 2020 quando a operação das Barragens possibilitou que o rio fosse estabilizado em 6,89 metros em Rio do Sul. Os estudos indicam que, sem a operação das barragens, o nível do rio poderia ter atingido 8,39 metros. Desta forma o monitoramento hidrológico realizado pela DCSC e a operação das barragens reduziu prejuízos e preservou vidas.
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Hoje, o Estado de Santa Catarina conta com um setor de meteorologia e hidrologia que atua 24 horas por dia e sete dias por semana para prestar um serviço dedicado de monitoramento e alerta para a população. A DCSC também implantou um Sistema de Previsão de Eventos Hidrológicos Críticos em 13 municípios do Vale do Itajaí (Taió, Ituporanga, Agronômica, Rio do Sul, José Boiteux, Rodeio, Ascurra, Benedito Novo, Rio dos Cedros, Timbó, Blumenau, Brusque e Itajaí). A instituição permanece à disposição para esclarecer qualquer dúvida.
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