Os enigmáticos pontos brilhantes seriam "derramamentos" de um oceano subterrâneo
Oceano em Ceres
Os enigmáticos pontos brilhantes do planeta anão Ceres parecem esconder segredos muito mais significativos do que o mais otimista dos astrônomos apostaria.
Dados da sonda espacial Dawn, da NASA, dão indicações de que pode haver um oceano subterrâneo em Ceres, um corpo celestes que orbita o Sol entre Marte e Júpiter, no Cinturão de Asteroides.
Antes de esgotar seu combustível, a sonda Dawn orbitou Ceres de 2015 a 2018, dando rasantes a apenas 35 km da superfície da cratera Occator, o maior ponto brilhante.
“Estou extremamente entusiasmada por encontrar alguns indícios de água líquida, aliada ao fato de este corpo possuir muitos minerais muito interessantes para a formação da vida,” afirmou Maria Cristina De Sanctis, pesquisadora do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália. “É uma boa combinação de compostos químicos que ajudam na formação de moléculas biológicas.”
Segundo essa nova hipótese, os pontos brilhantes, uma espécie de “erupções” claras, contrastando com o solo escuro do planeta anão, podem ser derramamentos do grande corpo líquido abaixo da superfície.
Compostos envolvidos com a vida
As primeiras análises já haviam indicado que os derramamentos eram compostos de sais e marcados pela presença de compostos orgânicos nativos.
Agora a equipe identificou a presença de cloreto de sódio hidratado, o que De Sanctis e seus colegas consideram uma evidência muito mais forte de um oceano subterrâneo. Os pontos brilhantes seriam compostos então por uma espécie de salmoura, que assumiria uma consistência pastosa ao chegar à superfície, antes de finalmente endurecer.
Esses tipos de sais são extremamente importantes para manter a água líquida, defende a pesquisadora, ao menos aqui na Terra, e estão sempre associados a processos que se acredita envolvidos com a emergência de vida.
Comparando essa composição química com crateras de impacto presentes na mesma região do planeta anão, a equipe estima que o oceano está a cerca de 40 km abaixo da superfície, mas não há dados suficientes para estimar suas dimensões.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Sugestão de pauta