Número de infectados aproxima-se de 100
Disparou o número de casos de Covid-19 na terra indígena José Boiteux – La Klãnõ, no Alto Vale do Itajaí. Até 3 de agosto, havia apenas um diagnóstico no território, onde vivem cerca de 2,3 mil pessoas, a maioria das etnias xokleng e caingangue. Nesta terça-feira (11), o número de doentes é estimado em uma centena, com uma morte – um bebê recém-nascido , uma vítima mais jovem do novo coronavírus em Santa Catarina.
Na sexta-feira (7), os prefeitos de José Boiteux, Doutor Pedrinho e Vitor Meireles, além do cacique-presidente da terra indígena , Faustino Cricri, enviar um ofício ao governo estadual solicitando “intervenção imediata e urgente”. Faltam dinheiro, medicamentos, profissionais de saúde e equipamentos.
Segundo indígenas ouvidos pela coluna, uma explicação para o surto está na testagem . As três prefeituras vizinhas definidas a repassar testes do tipo RT-PCR aos profissionais da Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, que percorrem como nove aldeias atrás de casos suspeitos. Até uma semana Passada Os Índios Só contavam com testículos Rápidos, ineficazes para diagnóstico.
Quando as equipes visitam uma família numerosa com caso suspeito de Covid-19 , deve examinar apenas os de maior risco, porque não há testes para todos. Na terra indígena, é comum que uma única casa abrigue avós, pais, irmãos e filhos pequenos. Isolar pessoas saudáveis dos contaminados é tarefa quase impossível. Numa moradia, 28 pessoas infectaram-se, segundo o cacique-presidente.
– Pedimos que eles se isolassem dentro de casa, porque não adianta trazer todo mundo pra fora – conta Faustino Criri.
A última atualização oficial do número de casos ocorridos na sexta, quando havia 60 pacientes positivos. Mas ao longo do fim de semana e na segunda-feira, surgiram dezenas de novos casos.
Desde o início da pandemia, lideranças xokleng e Funai organizaram barreiras sanitárias para tentar proteger a população do coronavírus. Tendas antigas do Exército são usadas como alojamento. Porém, como muitos dos indígenas sair das aldeias para trabalhar, o contágio foi inevitável.
Agora, além da Covid-19 , há preocupação com o sustento da população indígena em isolamento social. Organizações não governamentais do Médio Vale do Itajaí têm se mobilizado para enviar alimentos, máscaras e equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde.
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), ligado à Sesai, com sede em Florianópolis, informou que possui o registro de 47 casos de Covid-19 na terra indígena do Alto Vale. O órgão garantiu que não faltam testes do tipo rápido para atender à população.
Uma equipe de enfermagem foi enviada ao Alto Vale na segunda-feira. Segundo o DSEI, uma Unidade de Atendimento Primário Indígena (UAPI) está sendo montada próximo às aldeias para atendimento dos casos leves.
Fonte: nsctotal
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