O Policial Militar já estava em afastamento regulamentar por se encontrar em grupo de risco perante a Covid-19
As agressões cometidas por um policial militar contra três mulheres dentro do apartamento delas, em Lages, na Serra de Santa Catarina, será investigada pela Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso).
A coordenadora das delegacias especializadas, Patrícia Zimmermann, se manifestou sobre o episódio e garantiu que o caso não ficará impune. Um inquérito já foi aberto pela delegacia do município e quem ficará responsável pela investigação é a delegada Luciana Rodermel.
O episódio de violência ocorreu na noite de segunda-feira, 3 de agosto. Umas das moradoras do prédio gravou a atuação do policial, que é vizinho das vítimas. O homem estava afastado do trabalho por integrar o grupo de risco da Covid-19.
Conforme a coordenadora Patrícia Zimmermann, as vítimas fizeram exame de corpo de delito nesta terça-feira (4) e serão ouvidas nos próximos dias.
“Pela Polícia Civil vai ser feita uma investigação com toda a isenção necessária para apurar os fatos. Não pode ser tolerada nenhuma forma de agressão contra a mulher, ainda mais praticada por um homem com um cassetete na mão”, afirmou.
Segundo relatos feitos nas redes sociais, as jovens comemoravam a apresentação de um trabalho de faculdade. A briga teria iniciado por causa de barulho.
O policial entrou no apartamento e agrediu três mulheres com um cassetete. No local havia cinco mulheres – quatro moradoras e uma amiga. A mulher do PM também se envolveu na briga.
A filha do PM saiu em defesa do pai pelas redes sociais e alegou que as moradoras do apartamento vizinho “começaram a gritar e a fazer aglomeração”. No post, ela afirmou ainda que as vizinhas teriam “ligado a música do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) no intuito de provocar o policial”.
Mesmo que a provocação apontada pela filha do policial se confirme, afirma Zimmermann , os policias são treinados à exaustão para raciocinar em situações agudas de estresse.
“Esse tipo de investigação tem que ser apurada e feita com todo o rigor técnico. Na nossa profissão, a gente lida com situações de estresse e a gente tem que estar preparado para isso”, avalia a delegada.
Polícia Militar se manifesta
A Polícia Militar de Lages determinou a instauração de um procedimento correcional. Em nota, a corporação afirmou “tratar-se de fato isolado que não condiz com a formação e a preparação dos policiais militares catarinenses”.
Confira a nota na íntegra:
“O Comando do 6º Batalhão de Polícia Militar informa que tomou ciência dos vídeos e imagens disseminados em redes sociais, na noite da última segunda-feira, 03, em Lages. E, que logo após ter conhecimento dos fatos determinou a instauração do procedimento correcional competente para apuração.
O Policial Militar já estava em afastamento regulamentar por se encontrar em grupo de risco perante a Covid-19, e as ações ocorreram fora do âmbito profissional.
Fonte: ND Mais
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