Equipamentos de proteção, como máscaras, luvas e álcool em gel, foram disponibilizados em todas as viaturas.
A Polícia Militar de Santa Catarina tem 40 policiais em isolamento, em diversas cidades no Estado, por suspeita de contaminação pelo novo coronavírus. Até agora, três PMs testaram positivo para covid-19.
A região com mais casos suspeitos é a 3ª, que inclui o 1º Batalhão, em Itajaí, o 12º, em Balneário Camboriú, e o 25º, em Navegantes. As forças de segurança têm sido testadas, assim como os agentes de saúde no Estado. Ao todo, 393 casos foram descartados na Polícia Militar.
A exposição dos policiais ao vírus preocupa a Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc). João Carlos Pawlick, presidente da entidade, diz que os policiais estão apreensivos com a possibilidade de contaminarem as próprias famílias.
– O policial jurou proteger a sociedade com a vida. Mas, agora a questão é levar inimigo invisível para dentro de casa – diz Pawlick.
A PM recebeu equipamentos de proteção, como máscaras, luvas e álcool em gel, que foram disponibilizados em todas as viaturas. Bombeiros militares treinaram os policiais para o manuseio correto dos materiais, que exigem cuidados específicos para evitar a contaminação no descarte, por exemplo.
Mas a PM não recebe adicional de insalubridade, o que a Aprasc vê como um problema no momento em que o Estado enfrenta uma pandemia. Os policiais estão expostos à contaminação especialmente no momento das abordagens e prisões, em que o contato físico é necessário.
Insegurança no bolso
Além dos riscos nas ruas, os policiais estão preocupados com as medidas de contenção de gastos que incluem o congelamento dos salários e das promoções. O Estado já anunciou o congelamento dos salários dos servidores, e a medida pode ser reforçada por exigência federal. O Ministério da Economia avalia exigir dos estados que congelem a folha por dois anos, em troca do pacote de auxílio que enviará para conter o prejuízo de arrecadação.
Os policiais falam no risco de aumentarem os índices de violência devido à recessão que será trazida pela pandemia – e se veem na possibilidade de enfrentar mais trabalho com menor perspectiva de carreira.
Fonte: NSC | Por Dagmara Spautz | Foto: Diorgenes Pandini
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