“Agora vou poder voltar a andar de bicicleta”, disse Julia Speas Vasconcelos Lobos de 14 anos que foi operada no Hospital Regional do Oeste (HRO), para tratamento de escoliose idiopática, que é uma deformidade grave na coluna.
O procedimento, realizado no sábado, dia 10 de agosto, foi a 1ª cirurgia de grande porte feita na coluna, realizada em Santa Catarina.
O trabalho envolveu cerca de 20 profissionais entre médicos, enfermagem e apoio. Foram 9h de cirurgia – o procedimento iniciou às 9h e foi concluído às 18h.
Julia, que mora em Tunápolis, ressaltou que sentiu medo antes de realizar a cirurgia.
“Quando fiquei sabendo [sobre a possibilidade de operar], fiquei com bastante medo de fazer a cirurgia, mas o doutor Eduardo explicou e me acalmou. Ele disse como seria bom fazer a cirurgia, até para a minha saúde. Então, ela foi muito tranquila e senti pouca dor”, disse Julia.
Eduardo Bondan – médico e cirurgião ortopedista que realizou o procedimento – disse que a cirurgia foi extensa, o corte foi de aproximadamente 35 centímetros. No entanto, apesar da complexidade, a paciente teve uma recuperação satisfatória. Julia, que teve alta nesta quarta-feira, dia 14, terá acompanhamento médico.
Conforme Julia, agora a vida será normal. “É só me recuperar, mas é um sentimento muito bom, porque agora eu sei que estou bem, que não tenho mais nenhum problema na minha coluna”, comemora.
Impressão 3D
A primeira cirurgia de grande porte de coluna realizada no Hospital Regional foi feito com base em planejamento em 3D. Segundo Bondan, com o uso da tecnologia é possível fazer uma cópia exata da coluna da paciente, a qual apresenta a deformidade.
“Entendendo melhor a anatomia através de um modelo tridimensional, eu consigo planejar melhor a cirurgia. Eu consigo entender melhor como vai ser colocado o implante, que tipo de implante eu posso colocar, como vai ser a correção da deformidade. Então a tecnologia ajuda muito para isso. Ajuda diminuir tempo cirúrgico e também para a compreensão do paciente quanto ao seu problema, ele consegue entender melhor o que tem e o que vai ser feito”, explica o médico.
Para Bondan, o procedimento com o uso da tecnologia é um marco. “Vai representar uma mudança na forma como as pessoas vão buscar esse tipo de tratamento. Até pouco tempo atrás, todo mundo tinha que se deslocar para grandes centros, para realizar procedimentos com o uso desse tipo de tecnologia e hoje nós conseguimos fazer isso aqui”, pontua.
Atualmente a tecnologia esta disponível para procedimentos particulares, mas, conforme o médico, a perspectiva é que no futuro se torne cada vez mais popular.
Fonte: ClicRDC / Foto: Mathias Brasil
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