O Hospital e Maternidade São José segue inovando para oferecer novos serviços e, consequentemente, mais saúde para a comunidade. Neste mês, a unidade realizou o primeiro transplante ósseo do município.
A paciente foi a aposentada Ivonete Nunes Modro, 63 anos, que aguardava pela cirurgia há muito tempo. “Mudou minha vida totalmente, eu não conseguia andar, pegar ônibus, fazer coisas simples por causa da dor que sentia”, conta.
O procedimento foi feito há quase duas semanas. De acordo com o ortopedista Rodrigo Angelim, o hospital, que já obtinha o credenciamento para transplante de fígado e rim, foi autorizado a realizar enxertos ósseos recentemente.
O médico destaca que a demanda pela cirurgia no município é grande e que existe uma fila de espera com cerca de dez pacientes. O segundo transplante foi feito nesta semana.
“Antes, esses casos eram encaminhados para Florianópolis ou Curitiba, mas como esses locais tinham uma lista de pessoas muito grande para atender, também não supriam a necessidade da nossa região”, explica.
O Hospital São José é classificado como de alta complexidade pelo SUS, o que aumenta a responsabilidade da unidade em englobar diferentes especialidades e não encaminhar casos para outros hospitais.
Como funciona o transplante de osso
Segundo Angelim, o transplante ósseo normalmente é feito quando o paciente tem prótese de quadril solta ou gasta.
“Conforme o paciente se movimenta, o osso vai se deteriorando, então retiramos a prótese e fica um buraco no local, que precisa ser preenchido com metal ou osso, que é o ideal. Dá para usar material do próprio paciente, mas o tamanho normalmente não é suficiente, por isso o osso de um doador é o indicado”, salienta o ortopedista.
Os enxertos ósseos mais comuns são os do quadril e joelho, mas também é possível realizar no ombro, tornozelo e pé, por exemplo.
Para esses procedimentos, não há necessidade de compatibilidade sanguínea ou outros requisitos como nos transplantes de órgãos. O que é avaliado, segundo Angelim, é se o doador não tem doenças infecciosas transmitidas pelo sangue, osteoporose ou câncer ósseo.
Quanto ao processo de doação, ele funciona da mesma forma: ela só pode ser feita após confirmação da morte do doador, sendo ela encefálica ou cardíaca, e com o consentimento familiar.
Existem três bancos de ossos no Brasil. Eles estão localizados em Curitiba, Passo Fundo e Rio de Janeiro. O Hospital São José está integrado ao sistema do Rio de Janeiro.
“Nós solicitamos pelo SUS o material. O osso vem congelado de avião até o aeroporto de Joinville e nossa equipe de transplante busca”, explica o ortopedista.
O material é descongelado em soro fisiológico e moldado conforme a necessidade do paciente. “No caso da Ivonete, recebemos um pedaço de tíbia e usamos no quadril dela”, observa.
Angelim enfatiza que a recuperação é lenta, durando até seis meses. Para o procedimento dar certo, é necessário que osso do doador se integre à estrutura óssea do receptor.
Não há risco de rejeição do material, mas sim de infecção. Por isso, são receitados antibióticos pela equipe médica. Muitos pacientes precisam usar andador ou cadeira de rodas nas primeiras semanas.
O enxerto pode ser solicitado pelo SUS nos postos de saúde do município.
Ivonete ia há 14 anos para Curitiba
A primeira jaraguaense a passar por um transplante ósseo no Hospital São José, Ivonete Modro, conta que nasceu com os ossos do quadril fora do lugar, o que fez com ela usasse uma prótese no local.
Ivonete fez a primeira cirurgia aos 33 anos e se aposentou por invalidez. Há 14 anos, ela ia para Curitiba receber atendimento. A prótese usada pela jaraguaense tinha subido e estava causando muitas dores.
Fonte: OCP | Por Dyovana Koiwaski | Foto: Eduardo Montecino/OCP News
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