O suspeito do duplo homicídio que vitimou mãe e filha em abril do ano passado fugiu para Lages, logo após o crime, de acordo com os investigadores. A Polícia Civil chegou ao autor após mais de um ano de investigação.
Segundo o delegado Douglas Teixeira Barroco, o suspeito desapareceu logo após o duplo homicídio. Anderson não era investigado no início do trabalho da polícia, que inicialmente apresentava outras linhas de investigação.
– Após descartadas as primeiras hipóteses, identificamos que o autor, que era vizinho das vitimas, desapareceu e nem sequer deu notícias para a família – diz Barroco.
A Polícia Civil observou por meio de câmeras de monitoramento que o indivíduo entrou na rua no horário anterior ao crime e, pelas características físicas, chegou ao autor.
– O homem visto nas imagens usava uma roupa, e depois vimos o suspeito com traje semelhante em fotos nas redes sociais – diz Barroco.
Outro indício que ajudou a chegar ao suspeito foi, segundo a polícia, o trajeto feito com o carro da vitima, que foi levado logo apos o crime.
– O percurso do veículo foi pouco usual e, após uma volta, o carro foi deixado em um local, que depois identificamos como próximo de onde o suspeito morava, indicando que ele conhecia bem a região.
O delegado geral de Polícia Civil de Santa Catarina, Paulo Norberto Koerich destaca a responsabilidade na investigação e ao mesmo tempo a urgência de dar uma resposta para a sociedade, familiares e amigos das vítimas.
Com posse das informações, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau em parceria com os investigadores de Lages localizaram o suspeito, que trabalhava em uma empresa madeira na cidade.
– Ele foi interrogado por horas e negava que teria cometido o crime. Mas após apresentar provas para ele, Anderson acabou confessando e se disse arrependido – destaca o delegado Barroco.
Durante o depoimento, o suspeito teria relatado aos policiais que ele prestava serviços domésticos na casa das vítimas. Uma discussão entre ele e Inês do Amaral teria acabado em agressão, que depois culminou no primeiro assassinato. Na sequência, Anderson teria esperado a filha, Franciele Will, e a matado a facadas.
– Ele premeditou a morte da Franciele, pois após matar a Inês, ele aguardou a jovem e assassinou ela a golpes de faca, pois ela seria uma testemunha do homicídio da mãe – diz Koerich.
Anderson teve a prisão decretada e foi levado para o Presídio Regional de Blumenau.
Relembre o caso
Inês do Amaral, 57 anos, e Franciele Will, 30 anos, foram mortas dentro da própria casa onde moravam. Os peritos não encontraram sinais de arrombamento, apenas o carro da família foi levado do local.
Conforme a polícia, Francielle apresentava cortes nos pescoço, sinais de agressão e também perfurações de faca no tórax. Já a mãe, Inês, teria sido morta por asfixia.
A polícia também informou que Inês foi morta com um espaço de tempo de cerca de quatro horas antes da filha. A suspeita é de que o autor tenha entrado na casa, sem fazer alarde, e cometido o primeiro assassinato.
O veículo de Inês do Amaral foi localizado pela Polícia Civil na manhã seguinte na Rua Nossa Senhora de Fátima, no bairro Itoupava Norte. Apesar do autor ter levado o veículo da vítima na fuga, a hipótese de latrocínio foi descartada pela polícia logo no início do inquérito, já que nenhum outro pertence foi roubado da casa. Desde lá, a hipótese é de duplo homicídio.
Fonte: NSC | Por Adriano Lins e Por Talita Catie | Foto: Maurício Cattani
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