Perturbação do trabalho e sossego alheio, atrito verbal e acidentes de trânsito estão entre as principais ocorrências registradas pela Polícia Militar de Gaspar em 2018. Ao todo, as autoridades fizeram 6.677 atendimentos durante os últimos 12 meses. Mas, o que chama a atenção da comunidade é a frequência com que bandidos põem em prática outros dois itens que completam a lista de maiores ocorrências registradas pela PM: furtos e roubos.
A situação pode ser comprovada em diversas localidades e ficou ainda mais em evidência no bairro Macuco, onde os moradores estão sendo alvo de diversas ações criminosas. Alexandre Schmitt, morador da rua Ernersto Cense, uma transversal da Leonardo Pedro Schmitt, nas proximidades da empresa Ceramfix, é um dos afetados diretamente pela falta de segurança. No final do ano, enquanto estava na praia, ele teve a casa invadida por criminosos, que fugiram levando duas televisões e um micro-ondas. Os bandidos entraram na casa pulando o muro e arrombando a porta. O mesmo aconteceu na casa do seu pai, que fica ao lado. Em uma única ida, os criminosos encontraram duas casas sem moradores e realizaram os furtos.
Diante da situação, o morador teve que tomar providências drásticas. “Eu já tinha seguro, mas agora vou colocar câmeras de monitoramento, alarme e reforçar os cercados. Graças a Deus, só perdemos bens materiais. Mas precisamos prevenir para que nossas vidas não sejam colocadas em risco. Acreditávamos que o Macuco era um bairro pacato, mas vamos ter que lidar com essa vulnerabilidade. Infelizmente, esses crimes estão se proliferando”.
Outros casos no Macuco
Para uma moradora que prefere não se identificar, alguém do próprio bairro Macuco pode estar liderando as ações. “Como é uma região em que todos se conhecem, é fácil saber a rotina de cada família”, opina. Ela teve a casa furtada no mês de junho, o que revela que a criminalidade no local vem se arrastando há meses e crescendo. “Levaram uma televisão, um micro-ondas, dois notebooks e todas as minhas joias de valor, além de terem arrombado três portas”, conta.
Os dois casos se assemelham ao furto da residência de Patrícia Rubik da Silva, ocorrido em novembro. Os bandidos levaram uma parafusadeira, instrumentos musicais, secador de cabelos, lava jato, perfumes, televisão, carregador de celular e pendrive. “Não havia ninguém em casa. Foi quando todos estávamos trabalhando. Registramos um Boletim de Ocorrência, instalamos grades e colocamos alarme”.
O pesadelo também assombrou a residência dos pais de Carlos Pereira, também no Macuco. “Entram duas vezes na casa deles. Na primeira, tentaram levar a TV, mas acho que ouviram algum barulho e fugiram pela janela, deixando o aparelho cair no chão. Da outra, levaram tudo. Minha avó mora ao lado e chegou a perceber uma movimentação e foi ver o que era. Ao se deparar com os criminosos, perguntou o que faziam. Eles responderam a idosa que procuravam porcos para comprar”, revela.
“Graças a Deus, só perdemos bens materiais. Mas precisamos prevenir para que nossas vidas não sejam colocadas em risco. Acreditávamos que o Macuco era um bairro pacato, mas vamos ter que lidar com essa vulnerabilidade. Infelizmente, esses crimes estão se proliferando”
Alexandre Schmitt, morador que teve a casa furtada no final do ano.
O que diz a PM
De acordo com o comandante da Polícia Militar de Gaspar, Major Pedro Carlos Machado, foram registradas três ocorrências de furto no bairro Macuco no fim de 2018 e nenhum criminoso foi preso. “Não houve flagrante em nenhuma das ocorrências. Mas, foram feitos planejamentos de rondas e, após isso, não recebemos mais reclamações de furtos ou outros delitos naquela região”.
Para reduzir a criminalidade, três localidades do bairro já participam do projeto ‘Rede de Vizinhos’. “O objetivo do programa é estreitar os laços entre a comunidade e a Polícia Militar, bem como aumentar a segurança do cidadãos utilizando os preceitos de polícia comunitária, aumento da vigilância natural e policiamento orientado para o problema”, diz o comandante.
Em Gaspar:
MENOS ROUBOS… MAIS FURTOS
Entre 2017 e 2018, houve a redução de 30% dos roubos (subtração de um bem material por meio de violência) em Gaspar. Por outro lado, no mesmo período, aumentou a quantidade de furtos, que consiste na tomada de bens materiais sem qualquer ameaça, 9%.
Fonte: Cruzeiro do Vale
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